Evento: Entremediuns 2010 (Continuação)
Por: Jacob Melo em 23.10.10
11- Há diferença na produtividade da
técnica o fato do passe ser aplicado com muita velocidade, sem a devida
concentração e participação mental do passista?
Jacob- O
passista precisa ter vontade, é a primeira orientação dos magnetizadores, não é
“eu acho que eu vou”, “eu não sei se dá”; tem que ter determinação “eu vou
fazer.”
A parte de concentração,
meditação, oração e conhecimento de técnicas, vou considerar que isso já está
objetivado, o outro ponto além da vontade é a atenção, a observação. Se você
não observa, passa batido em praticamente tudo; a observação é fundamental. Se
você disser: “se eu ficar só observando eu não me concentro.” Se você fizer uma
observação bem pontual, você está concentrado. O problema é que estamos
aplicando o passe pensando em quando vai acabar, quanto vai demorar. Aí nos
comportamos como uma máquina. Então eu digo que é melhor colocar um ventilador
que é muito mais circular e veloz que o passista, neste caso (risos). O ritmo
não é somente o movimento em si, é o movimento e toda sua estruturação na
relação com o paciente. Não é necessariamente de uma forma cronológica, mas o
primeiro cuidado direto na aplicação do passe de forma técnica é estabelecer
relação magnética com o paciente. Como estabelecer relação se não presta
atenção e não está concentrado? Claro que não consegue. É mais um motivo para a
gente se preparar... Magnetismo é uma ciência, não é um saber que se pega em qualquer
lugar. E toda ciência pede estudo, observação, experimentação e repetição, não
tem jeito. Então, não imaginem nunca que vocês vão encontrar um padrão para que
algo se resolva. Porque nem a química funciona assim; você vai ao médico hoje,
ele prescreve um remédio, da outra vez que você vai com o mesmo problema ele
passa outro. Isso com base no que você diz, de como o remédio agiu, ele muda a
posologia para um paciente com a mesma doença, porque cada organismo reage
diferente. O organismo é uma máquina mais ou menos semelhante; é assim, imagina
nossa estrutura psíquica, fluídica. Então não tem padrões, não tem ritmos
definidos. Agora, uma mão em movimentos lentos concentra, rápidos ela dispersa,
bem mais rápido dispersa mais, contando sempre com o bom senso, a interação, a
observação, a reação. E aqui entra um ponto que vou falar, que é gravíssimo no
movimento espírita, não temos feedback e não ter feedback é o desastre que o
movimento espírita cometeu na área dos passes; a gente aplica 500 passes e não pode
ouvir a pessoa que recebeu, e, quando ouve é somente para dizer: “você está
bem?”
Imagine... você aplicou um
passe e pergunta: “você está bem?”, se a pessoa disser assim:”tô...”. Será que
ela está bem mesmo? “Você recebeu um passe a semana passada, você ficou bem a
semana passada?” a resposta é : “não me lembro...”
Lembra sim e não ficou legal.
Só que não temos a coragem de perguntar e quando não perguntamos não temos
retorno. E porque a gente não pergunta? Porque se a pessoa disser que passou a
semana mal, o que a gente vai fazer? Aí a gente não pergunta...
E na hora que eu não
pergunto, eu não posso mudar, não posso melhorar, não posso conferir, não posso
nada. Como vou fazer uma ciência onde não tenho resposta nenhuma, então tenho
que perguntar. Mas vou perguntar a todos os pacientes, por exemplo, a Casa tem
mil pessoas recebendo passe... mas, tem mil em tratamento? se tem mil em
tratamento então você tem um colegiado de 200 trabalhadores no mínimo, então dá
para fazer... se tenho mil, mas só tenho dez trabalhadores, então só com
milagre, porque é impossível.
12- O magnetismo é uma
questão puramente fisiológica ou existe uma co-relação entre a movimentação das
mãos durante o passe e o processo mental0 ?Se não houver uma conexão entre o
que se está fazendo e o que se está pensando pode haver uma perda?
Jacob- Existe
uma relação entre a movimentação das mãos e o processo mental, e se não houver
uma conexão entre o pensamento e os movimentos pode haver perda e até prejuízo.
Uma questão que não é muito comum, porque nós espíritas não temos muitos
problemas uns com os outros, imaginem que num Centro Espírita chegou uma
pessoa, e é minha vez, costumo dizer que passista em cabine de passe é munia,
então, estou eu mumificado esperando o paciente entrar, aí o dirigente diz:
“meus irmão elevemos nosso pensamento a Jesus e peçamos agora para receber as
suas bençãos”, eles nunca dizem continuemos, dizem elevemos porque nessas
alturas estava todo mundo pensando em besteira (risos). A essa altura quem está
na minha frente já está apavorado porque já me viu, e quando abro meu olho,
quem está para receber o passe? “não! você aqui!” aí os espíritas dizem: “essa
é a hora da gente exercitar o amor”; é difícil demais você ter uma pessoa que
você não gosta, você abre o olho, ela está sentada na sua frente dizendo assim
com o olhar: “cuidado viu!?!”
Exercitar o amor nessa hora é
difícil, é complicado. E a gente lida com isso no cotidiano. Veja onde foi
parar minha mente, que tipo de fluido é esse que estou doando?
Os fluidos não possuiem
qualidades sui-generis, eles são elaborados no meio de onde vem, ora, o meio
sou eu, estão sendo elaborados em mim e meus pensamentos estão maldizendo o
indivíduo, imagina como esse fluido vai sair, qual a coloração desse fluido?
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