Em um Seminário, certa vez, nos fizeram a pergunta acima. Na
ocasião demos uma resposta sucinta como era necessário pelas limitações de
tempo e pela quantidade de questionamentos para atender. Dentro do estudo das
influências exercidas pelo magnetismo, detalharemos, então, um pouco mais esse
interessante assunto. A pergunta foi motivada pelo fato de citarmos os recursos
de que o Magnetismo dispõe para reerguer a vontade do depressivo, baseado no
livro “A Cura da Depressão pelo Magnetismo” de Jacob Melo. Em algumas doenças
psicossomáticas como a depressão é dito que o indivíduo perde, muitas vezes, a
vontade de comer, de passear, de trabalhar, de viver, de expressar-se, de
sorrir, etc. A vontade, na realidade, não se perde. Acredito que os autores
espíritas que assim se referem, o fazem de forma a serem didáticos e os não
espíritas, por desconhecimento da realidade mais profunda do ser. Acredito que
seria mais correto afirmar que o indivíduo deixa de exercer o controle da sua
vontade não conseguindo expressá-la corretamente. No dicionário da língua
portuguesa on-line Priberam, a vontade é uma “potência ou faculdade interior,
em virtude da qual o homem se determina a fazer ou não fazer alguma coisa;
intenção, ânimo, domínio, desejo, persuasão íntima, convicção”. Esta faculdade
está incutida na essência do Ser, sendo a vontade, portanto, um atributo do
Espírito.
O corpo físico e o perispírito sendo materiais, não possuem
sentimentos, pensamentos ou vontades. Sendo assim, a vontade faz parte do
conjunto de faculdades do Espírito e desta forma, este não tem como perdê-la,
assim como não se perde a memória, por exemplo, já que esta pertence ao ser
espiritual. O que ocorre é que os canais por onde elas (memória e vontade) se
expressam podem estar interrompidos, congestionados, desarmonizados,
dificultando que o indivíduo tenha um bom controle sobre o uso das mesmas.
O Ser Espiritual emite a sua vontade através de impulsos
energéticos que são traduzidos e adaptados no perispírito para serem expressos
através do corpo físico sob a forma de ações e comportamentos. Estando o
Espírito em desarmonia para com as leis universais, este influenciará o corpo
perispiritual tornando-o ineficaz na sua função de condutor da energética
espiritual em direção à matéria e das sensações externas no sentido oposto. Se
o veículo intermediário (perispírito) encontra-se desalinhado com as suas
finalidades, é lógico esperar reações e sensações desequilibradas como acontece
nos estados depressivos.
Desta forma, o Espírito permanece com a sua vontade, porém
não consegue expressá-la ou fazer uso equilibrado da mesma, visto que não
dispõe de um instrumento eficiente para tal.
Podemos fazer a seguinte comparação para um melhor
entendimento: um músico exímio revelará todas as suas habilidades quando
tocando um instrumento de boa qualidade e bem afinado. Mas se o instrumento
musical estiver desafinado ou se for ruim, o músico continuará com a sua
faculdade musicista mas não conseguirá expressar toda a sua arte devido à
deficiência do veículo da sua musicalidade.
Todo este preâmbulo é para que possamos dissertar a respeito
de como o Magnetismo pode atuar para que o indivíduo possa recuperar o bom uso
da sua vontade.
Nos tratamentos através do Magnetismo, quando o paciente tem
a sua vontade obstruída, os fluidos, através das técnicas empregadas, agirão no
perispírito retificando o funcionamento dos centros de força, conquanto sejam
estes a porta de ligação entre o físico e o perispiritual. Consequentemente, o Espírito
poderá exercer melhor os seus controles sobre os implementos perispiríticos e
físicos.
Expressará melhor os seus sentimentos, pensamentos e
vontades, proporcionando-se emoções harmônicas e reações e sensações
equilibradas. De forma semelhante, é o que acontece com o uso de certos medicamentos.
Só que, sendo estes atuantes apenas no corpo físico, fica sempre a
possibilidade de retorno da problemática devido à matriz perispiritual encontrar-se
ainda em descompensação.
Em quaisquer dos casos, se o indivíduo não elaborar uma
mudança de postura perante a vida, poderá, logicamente, desarticular o seu perispírito
novamente, vindo a sofrer novas consequências negativas, como resultado do seu
Ser desarmônico.
Existem outras formas do magnetismo atuar sobre a vontade.
Nos fenômenos de hipnose e regressão de memória, por exemplo. O hipnotizador,
através da sua vontade firme, consegue “subjugar” a vontade do hipnotizado,
fazendo-o obedecer ao seu comando como se fosse um autômato. Isto acontece
porque o hipnotizado previamente consentiu em abrir mão do controle da sua
própria vontade, em função do fenômeno. Caso ele resista, o fenômeno não
ocorre, a não ser que o hipnotizador possua uma vontade poderosa capaz de
submeter coercitivamente a mente do outro.
Na regressão de memória ocorre de forma semelhante, apenas o
objetivo passa a ser outro: fazer o indivíduo hipnotizado acessar as suas
memórias profundas seja com relação à vida presente ou passada.
O magnetismo agindo nos implementos cerebrais tanto quanto
na mente perispiritual, os submeterá, pelo menos parcialmente, ao controle do
operador.
O sonambulismo magnético é outra situação em que o
magnetismo influencia a vontade alheia, anulando, mas não aniquilando-a.
Através das técnicas magnéticas é possível levar o indivíduo ao sono, ao estado
sonambúlico, à insensibilidade física.
A desarmonização no centro de força laríngeo, tem forte
ligação com as dificuldades de expressão da vontade.
Através do frontal e do coronário (situados logo acima do
nariz e no alto da cabeça, respectivamente) podemos interferir na mente e no
cérebro do indivíduo.
Ocorre o mesmo nas obsessões onde o Espírito, mal
intencionado, submete a vontade alheia, a qual encontra-se na mesma sintonia
devido aos seus débitos para com as leis divinas, sejam presentes ou passados.
A obsessão nada mais é do que uma vontade dominando a outra.
Neste caso um outro centro de força estará envolvido - o
umeral -, conhecido como centro de atração magnética, de certa forma
subordinado ao laríngeo e muito atuante nas questões obsessivas e mediúnicas.
Concluímos que o Magnetismo pode, dentro de certos limites,
interferir na vontade de alguém (entendendo-se vontade como sendo a expressão
física de uma realidade interior), através da ação no seu perispírito, via
centros de força. Tendo os centros vitais reestruturados, é mais fácil para o
paciente, inclusive, soerguer-se moralmente, pois as energias em equilíbrio o
ajudarão no sentido de que seus esforços se tornem mais frutíferos.
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