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sexta-feira, 25 de maio de 2012

O Magnetismo pode interferir na vontade do paciente?



Em um Seminário, certa vez, nos fizeram a pergunta acima. Na ocasião demos uma resposta sucinta como era necessário pelas limitações de tempo e pela quantidade de questionamentos para atender. Dentro do estudo das influências exercidas pelo magnetismo, detalharemos, então, um pouco mais esse interessante assunto. A pergunta foi motivada pelo fato de citarmos os recursos de que o Magnetismo dispõe para reerguer a vontade do depressivo, baseado no livro “A Cura da Depressão pelo Magnetismo” de Jacob Melo. Em algumas doenças psicossomáticas como a depressão é dito que o indivíduo perde, muitas vezes, a vontade de comer, de passear, de trabalhar, de viver, de expressar-se, de sorrir, etc. A vontade, na realidade, não se perde. Acredito que os autores espíritas que assim se referem, o fazem de forma a serem didáticos e os não espíritas, por desconhecimento da realidade mais profunda do ser. Acredito que seria mais correto afirmar que o indivíduo deixa de exercer o controle da sua vontade não conseguindo expressá-la corretamente. No dicionário da língua portuguesa on-line Priberam, a vontade é uma “potência ou faculdade interior, em virtude da qual o homem se determina a fazer ou não fazer alguma coisa; intenção, ânimo, domínio, desejo, persuasão íntima, convicção”. Esta faculdade está incutida na essência do Ser, sendo a vontade, portanto, um atributo do Espírito.
O corpo físico e o perispírito sendo materiais, não possuem sentimentos, pensamentos ou vontades. Sendo assim, a vontade faz parte do conjunto de faculdades do Espírito e desta forma, este não tem como perdê-la, assim como não se perde a memória, por exemplo, já que esta pertence ao ser espiritual. O que ocorre é que os canais por onde elas (memória e vontade) se expressam podem estar interrompidos, congestionados, desarmonizados, dificultando que o indivíduo tenha um bom controle sobre o uso das mesmas.
O Ser Espiritual emite a sua vontade através de impulsos energéticos que são traduzidos e adaptados no perispírito para serem expressos através do corpo físico sob a forma de ações e comportamentos. Estando o Espírito em desarmonia para com as leis universais, este influenciará o corpo perispiritual tornando-o ineficaz na sua função de condutor da energética espiritual em direção à matéria e das sensações externas no sentido oposto. Se o veículo intermediário (perispírito) encontra-se desalinhado com as suas finalidades, é lógico esperar reações e sensações desequilibradas como acontece nos estados depressivos.
Desta forma, o Espírito permanece com a sua vontade, porém não consegue expressá-la ou fazer uso equilibrado da mesma, visto que não dispõe de um instrumento eficiente para tal.
Podemos fazer a seguinte comparação para um melhor entendimento: um músico exímio revelará todas as suas habilidades quando tocando um instrumento de boa qualidade e bem afinado. Mas se o instrumento musical estiver desafinado ou se for ruim, o músico continuará com a sua faculdade musicista mas não conseguirá expressar toda a sua arte devido à deficiência do veículo da sua musicalidade.
Todo este preâmbulo é para que possamos dissertar a respeito de como o Magnetismo pode atuar para que o indivíduo possa recuperar o bom uso da sua vontade.
Nos tratamentos através do Magnetismo, quando o paciente tem a sua vontade obstruída, os fluidos, através das técnicas empregadas, agirão no perispírito retificando o funcionamento dos centros de força, conquanto sejam estes a porta de ligação entre o físico e o perispiritual. Consequentemente, o Espírito poderá exercer melhor os seus controles sobre os implementos perispiríticos e físicos.
Expressará melhor os seus sentimentos, pensamentos e vontades, proporcionando-se emoções harmônicas e reações e sensações equilibradas. De forma semelhante, é o que acontece com o uso de certos medicamentos. Só que, sendo estes atuantes apenas no corpo físico, fica sempre a possibilidade de retorno da problemática devido à matriz perispiritual encontrar-se ainda em descompensação.
Em quaisquer dos casos, se o indivíduo não elaborar uma mudança de postura perante a vida, poderá, logicamente, desarticular o seu perispírito novamente, vindo a sofrer novas consequências negativas, como resultado do seu Ser desarmônico.
Existem outras formas do magnetismo atuar sobre a vontade. Nos fenômenos de hipnose e regressão de memória, por exemplo. O hipnotizador, através da sua vontade firme, consegue “subjugar” a vontade do hipnotizado, fazendo-o obedecer ao seu comando como se fosse um autômato. Isto acontece porque o hipnotizado previamente consentiu em abrir mão do controle da sua própria vontade, em função do fenômeno. Caso ele resista, o fenômeno não ocorre, a não ser que o hipnotizador possua uma vontade poderosa capaz de submeter coercitivamente a mente do outro.
Na regressão de memória ocorre de forma semelhante, apenas o objetivo passa a ser outro: fazer o indivíduo hipnotizado acessar as suas memórias profundas seja com relação à vida presente ou passada.
O magnetismo agindo nos implementos cerebrais tanto quanto na mente perispiritual, os submeterá, pelo menos parcialmente, ao controle do operador.
O sonambulismo magnético é outra situação em que o magnetismo influencia a vontade alheia, anulando, mas não aniquilando-a. Através das técnicas magnéticas é possível levar o indivíduo ao sono, ao estado sonambúlico, à insensibilidade física.
A desarmonização no centro de força laríngeo, tem forte ligação com as dificuldades de expressão da vontade.
Através do frontal e do coronário (situados logo acima do nariz e no alto da cabeça, respectivamente) podemos interferir na mente e no cérebro do indivíduo.
Ocorre o mesmo nas obsessões onde o Espírito, mal intencionado, submete a vontade alheia, a qual encontra-se na mesma sintonia devido aos seus débitos para com as leis divinas, sejam presentes ou passados. A obsessão nada mais é do que uma vontade dominando a outra.
Neste caso um outro centro de força estará envolvido - o umeral -, conhecido como centro de atração magnética, de certa forma subordinado ao laríngeo e muito atuante nas questões obsessivas e mediúnicas.
Concluímos que o Magnetismo pode, dentro de certos limites, interferir na vontade de alguém (entendendo-se vontade como sendo a expressão física de uma realidade interior), através da ação no seu perispírito, via centros de força. Tendo os centros vitais reestruturados, é mais fácil para o paciente, inclusive, soerguer-se moralmente, pois as energias em equilíbrio o ajudarão no sentido de que seus esforços se tornem mais frutíferos.

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