Qual a diferença entre o trabalho dos magnetizadores e os
passes que comumente se tem aplicado nos Centros Espíritas, fazendo com que os
resultados obtidos pelos primeiros sejam tão superiores?
Esta questão nos arremete aos aspectos vinculados ao
estudo, à investigação, à pesquisa e ao lado científico, propriamente dito, do
Espiritismo.
É de se lamentar que praticamente todas as instituições
espíritas do Brasil – e por que não dizer do exterior também – tenham, em suas
práticas regulares, a aplicação do passe. Só que um passe distante daquele
ensejado pelo codificador, Allan Kardec.
Em meu livro “Reavaliando Verdades Distorcidas” procuro
deixar bastante evidente o quanto Allan Kardec nos encaminhou na direção da
ligação mais direta, estreita e profunda com o Magnetismo e que, apesar disso,
estamos nos distanciando de forma absurda e até mesmo perigosa.
Temos tratado – e realizado – o passe, via de regra, mais
como um ritual, uma crença ou mesmo como um sincretismo do que como um dos mais
preciosos pontos de apoio do próprio Espiritismo. O quase total descaso com que
o Magnetismo vem sendo observado, acompanhado e estudado no nosso meio só
poderia produzir isso mesmo: desvios e pouca eficiência. Uma das justificativas
para isso é que até hoje estejamos privados de obras como as do barão Du Potet,
do eminente Puységur, do valoroso e inigualável Deleuze, simplesmente porque
nunca houve interesse em traduzi-las para o português, mesmo se sabendo que
esse assunto interessa não apenas aos espíritas, mas a todo estudioso do
psiquismo humano e de qualquer terapia chamada “não convencional”. E se hoje
dispomos da tradução de livros de Mesmer isto devemos ao labor quase isolado de
um pesquisador notável, que é o Paulo Henrique de Figueiredo.
Mas voltemos ao cerne da pergunta. Por que não se vê
tanta eficiência nos passes convencionais em relação aos passes aplicados com
riqueza de técnicas de magnetismo? Simplesmente porque passe não é milagre nem
ocorrência fortuita, onde o passista é apenas um singelo elemento dentro do
processo; o passista é um precioso elemento nessa ocorrência, mas para que isso
se dê de fato é imperioso que o passista estude, conheça, compare, pesquise,
avalie, busque feed-back e não acredite que “apenas os Espíritos” fazem a cura,
pois ela passa, necessariamente, pelo magnetizador. A atual e feliz onda de
ressurgimento da aplicação mais responsável e respeitável do magnetismo vem
provando isso para todo aquele que queira ver e saber.
É isso.
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