Seja Bem Vindo ao Estudo do Magnetismo

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quinta-feira, 31 de maio de 2012

JACOB MELO responde


Qual a diferença entre o trabalho dos magnetizadores e os passes que comumente se tem aplicado nos Centros Espíritas, fazendo com que os resultados obtidos pelos primeiros sejam tão superiores?
Esta questão nos arremete aos aspectos vinculados ao estudo, à investigação, à pesquisa e ao lado científico, propriamente dito, do Espiritismo.
É de se lamentar que praticamente todas as instituições espíritas do Brasil – e por que não dizer do exterior também – tenham, em suas práticas regulares, a aplicação do passe. Só que um passe distante daquele ensejado pelo codificador, Allan Kardec.
Em meu livro “Reavaliando Verdades Distorcidas” procuro deixar bastante evidente o quanto Allan Kardec nos encaminhou na direção da ligação mais direta, estreita e profunda com o Magnetismo e que, apesar disso, estamos nos distanciando de forma absurda e até mesmo perigosa.
Temos tratado – e realizado – o passe, via de regra, mais como um ritual, uma crença ou mesmo como um sincretismo do que como um dos mais preciosos pontos de apoio do próprio Espiritismo. O quase total descaso com que o Magnetismo vem sendo observado, acompanhado e estudado no nosso meio só poderia produzir isso mesmo: desvios e pouca eficiência. Uma das justificativas para isso é que até hoje estejamos privados de obras como as do barão Du Potet, do eminente Puységur, do valoroso e inigualável Deleuze, simplesmente porque nunca houve interesse em traduzi-las para o português, mesmo se sabendo que esse assunto interessa não apenas aos espíritas, mas a todo estudioso do psiquismo humano e de qualquer terapia chamada “não convencional”. E se hoje dispomos da tradução de livros de Mesmer isto devemos ao labor quase isolado de um pesquisador notável, que é o Paulo Henrique de Figueiredo.
Mas voltemos ao cerne da pergunta. Por que não se vê tanta eficiência nos passes convencionais em relação aos passes aplicados com riqueza de técnicas de magnetismo? Simplesmente porque passe não é milagre nem ocorrência fortuita, onde o passista é apenas um singelo elemento dentro do processo; o passista é um precioso elemento nessa ocorrência, mas para que isso se dê de fato é imperioso que o passista estude, conheça, compare, pesquise, avalie, busque feed-back e não acredite que “apenas os Espíritos” fazem a cura, pois ela passa, necessariamente, pelo magnetizador. A atual e feliz onda de ressurgimento da aplicação mais responsável e respeitável do magnetismo vem provando isso para todo aquele que queira ver e saber.
É isso.

PALAVRAS DO CODIFICADOR


A rapidez com a qual se propagaram, em todas as partes do mundo, os fenômenos estranhos das manifestações espíritas, é uma prova do interesse que causam. Simples objeto de curiosidade, a princípio, não tardaram em despertar a atenção dos homens sérios que entreviram, desde o início, a influência inevitável que devem ter sobre o estado moral da sociedade. As idéias novas que deles surgem, se popularizam cada dia mais, e nada poderia deter-lhes o progresso, pela razão muito simples de que esses fenômenos estão ao alcance de todo mundo, ou quase todo, e que nenhuma força humana pode impedi-los de se produzirem. Se os abafam em algum ponto, eles reaparecem em cem outros. Aqueles, pois, que poderiam, nele, ver um inconveniente qualquer, serão constrangidos, pela força das coisas, a sofrer-lhes as conseqüências, como ocorreu com as indústrias novas que, na sua origem, feriram interesses privados, e com as quais todo o mundo acabou por se ajeitar, porque não se poderia fazer de outro modo. O que não se fez e disse contra o magnetismo! E, todavia, todos os raios que se lançaram contra ele, todas as armas com as quais o atingiram, mesmo o ridículo, se enfraqueceram diante da realidade, e não serviram senão para colocá-lo mais e mais em evidência. É que o magnetismo é uma força natural, e que, diante das forças da Natureza, o homem é um pigmeu semelhante a esses cãezinhos que ladram, inutilmente, contra o que os assusta.
Há manifestações espíritas como a do sonambulismo; se elas não se produzem à luz do dia, publicamente, ninguém pode se opor a que tenham lugar na intimidade, uma vez que, cada família, pode achar um médium entre seus membros, desde a criança até o velho, como pode achar um sonâmbulo.
Quem, pois, poderia impedir, a qualquer pessoa, de ser médium ou sonâmbula?
Aqueles que combatem a coisa, sem dúvida, não refletiram nela. Ainda uma vez, quando uma força é da Natureza, pode-se detê-la um instante: aniquilá-la, jamais! Não se faz mais do que desviar-lhe o curso. Ora, a força que se revela no fenômeno das manifestações, qualquer que seja a sua causa, está na Natureza, como a do magnetismo; não será aniquilada, pois, como não se pode aniquilar a força elétrica. O que é preciso fazer, é observá-la, estudar-lhe todas as fases para, delas, deduzir as leis que a regem. Se for um erro, uma ilusão, o tempo lhe fará justiça; se for a verdade, a verdade é como o vapor: quanto mais se comprime, maior é a sua força de expansão.
Revista Espírita, janeiro de 1858

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Entremediuns 2010 Parte Final






                                Evento: Entremediuns 2010 (Continuação)
                                      Por: Jacob Melo em 23.10.10


19- No caso se você identifica que a pessoa que está em tratamento, ela está em depressão, mas tem um processo obsessivo junto. Como você trata esse caso? E se, no momento de aplicação de TDM, for identificada a presença de um espírito realmente obsessor. O que fazer?
Jacob- Invariavelmente fazemos TDM I, só TDM I porque no Livro dos Mediuns nós percebemos que há uma informação ali que é muito crucial e a gente tem dado pouca atenção. Quando ele fala da subjugação, ele analisa a figura de 3 elementos: O obsediado, o Espírito obsessor, e, um terceiro elemento que ele diz ser alguém com moral para lidar com o obsessor e tem que ser um bom magnetizador, portanto esse terceiro elemento deve ser mais de um. E Allan Kardec define: “essa subjugação se dá por falta de força fluídica.” E no meio espírita a gente só considera a perda moral, e a gente cometeu um descompasso, por que? Porque tem muitas pessoas que não tem moral nenhuma e não tem obsessor perto. Imagine um assassino profissional, por que ele não está cercado de obsessores? Porque ele não precisa, e se o obsessor chegar não tem espaço nele, por quê? E aí, usando a expressão comum, “fulano tem o corpo fechado”, quer dizer, tem um alto potencial magnético. Pode até nem ser de exteriorização, mas tem, então você tem força fluídica. Os obsessores não conseguem acessá-lo, eles podem até ficar lhe buzinando o tempo todo, mas não tem domínio sobre ele.
Quando você tem uma queda muito violenta de força fluídica, você fica presa fácil deles. Vamos imaginar... eu acho que a maioria dos casos de obsessão na depressão começou pela perda fluídica, pode ter até sido induzida por eles, mas só se concretiza quando se tem a perda, aí o que acontece? Se você faz um TDM I e começa a dar reforço fluídico você dificulta ação dele, fica faltando agora só o contato da doutrinação, no caso da depressão. E aí se usa os mecanismos da Casa para se fazer a desobsessão. Existem casos mais complexos, estou colocando o geral.
Existem casos psiquiátricos muito graves que chamamos de esquizofrenia, e que diz que não tem mais reversão, mas se a esquizofrenia tiver tido origem nesse processo ela pode não ter uma reversão plena, mas pode ter uma melhoria considerável, se você considerar o plano fluídico também. Se você considerar só o afastamento de Espíritos, você afasta 1 vem 2, afasta 2 vem mais e isso vira uma roda.
Então, quando nós temos pacientes com depressão e obsessão nós tratamos prioritariamente a depressão, e se o processo obsessivo não resolve encaminhamos para a desobsessão também, sem aplicação de passes convencionais, só o de TDM.
20- Mas nada depõe contra uma desobsessão?
Jacob- Não. Desde que você não faça concentrados fluídicos nele.
E uma outra pergunta que é muito corriqueira: e uma pessoa que apareceu com um câncer avançado e depressão o que você vai fazer? Aí a gente vai para o que seja mais necessário. Sabemos que câncer não leva a depressão, mas o câncer abate psicologicamente de tal maneira que este abatimento leva a depressão. Não adianta você querer tirar ele da depressão se o câncer vai lhe dizimar rápido, então é preferível você trabalhar o câncer para tentar dar qualidade de vida ou até mesmo resgatar.
Mas, se foi detectado um câncer de próstata na fase inicial, sugiro que faça uma terapia química ou se tiver um magnetizador, espere um pouco para tirá-lo primeiro do impacto depressivo e aí vai trabalhar no nível 2, onde o 2º ponto seria o câncer. Porque no nível 2 além do esplênico a gente vai trabalhar mais um ponto, e aí esse ponto seria essa outra doença, mas é sempre o bom senso quem vai ter que definir o que é mais grave. Não adianta dizer morreu de câncer, mas não tinha mais depressão; não sei se isso é vantagem, talvez fosse melhor ele continuar com a depressão mais um pouco, e se você tem passista que trabalhe com câncer, vai tratar o câncer.
Nós trabalhamos essa área e às vezes é difícil você decidir, e tem muitas coisas difíceis; hoje nós estamos com 2 casos lá em Natal, são 2 casos experimentais, um é a Esclerose Lateral Amiotrófica, nós tivemos que fazer um período que corríamos o risco daquilo dar errado, depois mudar para uma 2ª experiência e depois para 3ª.
Começamos num tratamento de choque que deu um resultado razoável, mas não podíamos desconsiderar as outras situações, só que cada situação dessas envolve 45 dias de passe, num período não de 45 passes e, na 2ª fase da pesquisa, a pessoa piorou. E é difícil você ter que ir até o fim, é difícil! Mas, é um paciente que você não tem todo dia, tem que seguir... agora já estamos na fase 3 e ela já voltou a melhorar.
Isso é difícil para nós espíritas fazermos, é onde entra de fato o espírito de ciência; você não está fazendo mal, mas vai ter que tentar com alguém para que no próximo você já saiba como é.
E o outro é um senhor muito ágil, de uma cabeça muito boa, de repente ele começou a perder a noção das coisas; hoje, em menos de 4 meses, ele não sabe mais escrever. Você pede para ele fazer um circulo, ele não consegue fechar o circulo com a mão e não é por tremor, ele não consegue! Ele começa a olhar e daí a pouco não sabe o que deve fazer, ele não fecha o círculo.
É um caso complicado, os médicos já deram os diagnósticos mais diferentes possíveis e nós estamos investigando magneticamente e, no primeiro momento, é lógico nos fomos trabalhar o cérebro e ele teve dores lancinantes, teve dores de cabeça que chorava, e a gente teve que fazer isso durante 1 mês, e depois de um mês resolvemos mudar o caminho, então ele parou de sentir dores, mas o processo estacionou. No primeiro ele estava com dores, mas parecia que estava voltando algumas habilidades, no segundo está sem dor, mas as habilidades pararam de novo. Agora estamos na terceira fase, estamos juntando os dois, ele está reclamando de dor novamente, só que menos intensas. Só que está doendo não por irresponsabilidade, é que temos que investigar, quando aparece uma doença rara como essa; ou se investiga, ou nunca mais... e isso é difícil.
E para quem está começando é complicado, muito complicado, primeiro porque não tem nada escrito, o que tem escrito hoje são as trocas de informações entre os grupos que estão funcionando, tanto de pessoas para pessoas, como de grupo para grupo. E depois você vai ter que contar com pessoas que você já saiba o nível de segurança do tato magnético, quando não se tem isso é difícil começar a investigação. Quando não se tem isso é subjetivo, tato magnético é subjetivo. Para nós tato magnético é muito objetivo, como eu sei as pessoas com quem nós trabalhamos, não só da minha Casa, mas de outras Casas, então você tem segurança de que pode fazer isso, você pode fazer e examinar, desde que você pegue fulano, fulano, fulano.
Considerações finais:
Jacob- Nós não somos donos da eternidade neste corpo físico apesar de que podemos melhorar pelo menos um pouco, tanto como pessoas, como magnetizadores e a proposta é que sejamos melhores magnetizadores.
Agradeço a vocês, principalmente quem não está na prática, que deve ter ouvido aqui um monte de coisas que nem entendeu, mas fica o despertamento para ler e refletir e aproveitar. O universo do magnetismo é monstruosamente grande e carente de pessoas que estejam dispostas a trabalhar.
Fico feliz, porque hoje já posso dizer que tenho grandes companheiros, mas há 5 anos eu quis ir embora do Brasil, porque não encontrava pessoas que eu pudesse dizer: tenho companheiros espíritas. Eu simplesmente, depois de 15 anos depois de prática de passes e cursos no Brasil e fora do Brasil, eu ainda não conseguia dizer que eu tinha 5 grupos no mundo que estivessem querendo fazer. E mais especificamente de 4 anos para cá, muita gente resolveu trabalhar; fico felicíssimo, porque o mundo é de desesperados, e, ou a gente faz alguma coisa ou muito em breve seremos nós os desesperados. Vamos em frente que tem muita coisa para ser feita. Obrigado!

Limpeza fluídica


http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=szy8DXHBExY



Divaldo Franco comenta sobre a limpeza fluídica do médium após a Reunião Mediúnica

terça-feira, 29 de maio de 2012

Tato Magnético Natural


  Evento: Entremediuns 2010 (Continuação)
                                                  Por: Jacob Melo em 23.10.10

17- Quando a gente percebe no nosso corpo a dor ou incomodo que o outro sente no corpo dele, isso é uma forma de tato magnético?
Jacob- Isso tem dois nomes: 1- tato magnético natural, ou seja, entrou em relação magnética, não precisa nem ser no passe; acontece em qualquer lugar; 2- a empatia magnética, que é a mesma coisa, só que direcionada, a empatia é você receber diretamente a informação do outro, se manifesta de duas maneiras normalmente, uma como se você fosse um espelho em que a dor é refletida do lado contrário a do paciente; se eu for reflexo a dor se manifesta no mesmo local da do paciente.
Até isso a gente precisa se identificar porque tem pessoas que são espelhos, tem pessoas que são reflexos e tem pessoas que em determinadas circunstancias são um e em determinadas são outros. Como é que você vai saber se você não tem retorno do paciente? Então esse tipo de trabalho vai ter que ter retorno, porque senão você não anda, vai ficar tateando, vai fazer e não sabe se deu certo, é ciência.
18- O que você pode nos dizer a respeito de adolescentes trabalharem na sustentação e na aplicação do TDM?
Jacob- É possível, desde que o adolescente já tenha uma maturidade fluídica; não existe uma data cronológica exata. Tem adolescentes com 20 anos que é melhor ele não ir, tem adolescentes com 15 anos, que foi meu caso, que já pode ir, eu não sou uma exceção da regra.
Eu tive o privilegio de estar no lugar certo, na hora certa, da forma certa. Então para mim foi fácil, e eu contrariei o padrão da casa, porque o padrão da casa não permitia, mas na época quem se descompensava muito só tinha uma pessoa que recompensava, era Jacob. E aí obrigatoriamente, já que tinha que chamar Jacob de vez em quando, então coloca ele para trabalhar, e mesmo assim eu não aplicava muitos passes, aplicava poucos. E na época eu tinha uma usinagem muito estranha; eu doava muito fluido e minha usinagem se caracterizava por sudorese. Se eu aplicasse 5 passes, não mais do que isso, com usinagem, eu terminava espremendo a minha camisa e dali caía suor como se eu a tivesse tirado de uma bacia de água. Hoje eu tenho sudorese ainda, se eu aplicar por exemplo passe em pessoas com câncer, tipo de passe que “rouba” muito fluido e eu doar muito fluido, eu tenho sudorese do joelho para baixo. Olha que coisa! Como você transpira do joelho para baixo? É uma característica. Alguém vai repetir essa característica? Não! Acho pouco provável. Cada um vai ter a sua característica.
Na adolescência eu tinha uma recomposição fluídica muito rápida, se pudesse aplicava passes todos os dias e não entrava em fadiga. Os adolescentes as vezes tem um emocional muito excitado e as vezes tenta encobrir uma realidade fluídica. Então, se você percebe que o adolescente tem lerdeza, não intelectual, mas emocional, é melhor ir com cuidado. Mas se é uma pessoa que está numa adolescência normal, e tem equilíbrio, tem fluidos, ele doa e não se descompensa, pode aplicar TDM, sempre observando.

O MAGNETISMO E SUA HISTÓRIA




Saindo das graves discussões dos capítulos precedentes, parecerá estranho que entremos num assunto como o magnetismo, ciência que até então não pôde achar direito de cidade nas academias. Muito tempo desconhecido, ridicularizado e mesmo perseguido, o magnetismo, como todas as grandes verdades, tem vida forte; longe de definhar ao sopro das perseguições, tomou um desenvolvimento considerável e se nos apresenta com seu cortejo de homens ilustres e eruditos, com milhões de experiências probantes, como para mostrar à Humanidade de que aberrações são capazes as corporações científicas. Há hoje uma reação em seu favor. Em todas as partes, os jornais, as revistas médicas se ocupam com os fatos maravilhosos produzidos pelo hipnotismo, nome novo de que o magnetismo se revestiu. Ao abrigo desse pseudônimo, insinuou-se no santuário dos príncipes da ciência, que o não reconhecendo, a princípio, lhe fizeram boa acolhida; agora, porém, sabendo com quem tratam, desejariam negar-lhe o parentesco estreito com o magnetismo, que continuam a proscrever. Antes de estudar esse recém-chegado em capítulo especial, ocupemo-nos do magnetismo propriamente dito. Na primeira parte desta obra, ficou estabelecido que a ciência não autorizava ninguém a falar em seu nome, quando se trata de combater a existência da alma. Os mais eminentes fisiologistas reconhecem sua incapacidade para explicar a vida intelectual sem a intervenção de uma força inteligente. A fisiologia concluiu pela necessidade do princípio pensante; a experiência, por sua vez, prova à evidência, pelos processos do magnetismo, a presença da alma como potência diretriz da máquina humana. Há um século pesquisas minuciosas se fazem nesse domínio. Homens sérios, convencidos e dedicados mostraram que o charlatanismo não tem parte alguma nas verdadeiras ações magnéticas e que se achavam em face de uma modificação nervosa que era preciso estudar. Puységur, Deleuze, Du Potet, Charpignon, Lafontaine e outros homens de ciência e de incontestada honestidade, descreveram, em suas numerosas publicações, milhares de experiências verídicas, que constam em atas assinadas pelos nomes mais honestos e mais conhecidos. Negar hoje os fatos, seria infantilidade ou má fé.
* Trecho extraído de O Espiritismo perante a Ciência de Gabriel Delanne

segunda-feira, 28 de maio de 2012

MAGNETIZAÇÃO ESPIRITUAL



Sob o título Cura de uma Fratura por Magnetização Espiritual, Allan Kardec publicou em setembro de 1865, na Revista Espírita, uma matéria relatando um caso de cura espiritual de uma fratura sofrida no antebraço pela Sr.ª Maurel.
Vamos ao resumo do ocorrido, remetendo o leitor à Revista Espírita, a fim de que leia a história na íntegra.
No dia 26 de maio daquele ano a Sr.ª Maurel que era médium vidente e psicógrafa mecânica, caiu vindo a fraturar o antebraço direito com distenções no punho e cotovelo. É, a partir daí, alvo da ação dos Bons Espíritos, dentre eles o Dr. Demeure, que a curaram, através do magnetismo espiritual, de orientações, de fricções e manipulações do membro, em apenas nove dias, coisa verdadeiramente impressionante, mais ainda, pela completa soldadura do osso quebrado.
Desde o primeiro dia até o último que fora designado pelos Espíritos, a Sr.ª Maurel foi sendo atendida e cada vez que o médico espiritual mexia no seu braço, ela soltava gritos de dor como se estivesse sendo examinada por um médico encarnado.
Participou de todo o processo um grupo de amigos encarnados, solicitados pelos Espíritos, além de um magnetizador que colocava a médium em estado sonambúlico, através do qual ela percebia todos os movimentos dos Espíritos, relatando-os para os presentes.
No último dia do tratamento, estavam presentes trinta Espíritos que a felicitavam e lhe incentivavam ao bem. Ao término, a médium testou de todas as formas o seu membro, comprovando que realmente estava curada e em tempo recorde para a medicina humana.
Destacamos do relato acima dois pontos dos quais iremos tratar: o modo de ação dos Espíritos e a rapidez da cura.
Um magnetizador agiria focando a sua atenção e dirigindo os seus fluidos para o ponto que quer atingir, atuando, através dos seus fluidos e das técnicas magnéticas, sobre o organismo que necessita de reparo. Segundo Kardec, O Espírito age da mesma forma que o magnetizador humano: “sua ação fluídica se transmite de perispírito a perispírito, e deste para o corpo material. O estado de sonambulismo facilita consideravelmente essa ação, em conseqüência do desligamento do perispírito, que se identifica melhor com a natureza fluídica do Espírito, e sofre então a influência espiritual elevada à sua maior força”.
No caso citado, os Espíritos não dispensaram o auxílio das energias humanas visto que eles mesmos solicitaram a presença de um grupo de encarnados que pudessem formar uma espécie de corrente magnética, a qual forneceria material fluídico para a ação curativa. Estes fluidos doados pelos presentes encarnados seriam utilizados pelos Espíritos que, manipulando-os ou misturando-os aos seus, lhes propiciariam as necessárias modificações sugeridas pelo caso do momento.
Os Espíritos utilizaram ainda os recursos de um magnetizador que, além de levar a paciente ao estado de sonambulismo, o qual facilitou a ação espiritual, como vimos acima, estando “sua mão direita, apoiada sobre a espádua da sonâmbula, contribuía com sua parte no fenômeno, pela emissão dos fluidos necessários à sua realização”.
Poderiam os Espíritos agir sozinhos, sem a participação magnética de um encarnado? Poderiam, sim. Mas isto é a exceção à regra, visto que os fluidos animalizados são mais compatíveis com as necessidades de um órgão físico.
Falta-nos analisar a questão da rapidez da cura. Se o tratamento fosse executado por um magnetizador, ele teria sido, provavelmente, mais lento. A capacidade de influenciar o campo vital de alguém, os fluidos vitais a possuem em escala muito menor que os fluidos dos Espíritos bons. A sutilidade dos fluidos destes últimos lhes dá um poder de transformação e de penetração capaz de operar curas de forma imediata ou em prazos bastante curtos, de acordo com a sua elevação.
Já os nossos fluidos densos operam com lentidão, necessitando de um verdadeiro tratamento, mais ou menos longo, metódico e continuado.
“O fluido humano sendo menos ativo, exige uma magnetização prolongada e um verdadeiro tratamento, às vezes, muito longo... O fluido espiritual, mais poderoso em razão de sua pureza, produz efeitos mais rápidos e, freqüentemente, quase instantâneos”, escreveu Kardec em outro artigo da mesma Revista.
Existe então, na realidade, esta gradação nos efeitos de acordo com o potencial fluídico, a origem do fluido e a sua maior ou menor qualidade. Esta última depende diretamente do nosso estado de saúde física e emocional, além do nosso padrão moral, colocando-se em primeira linha a humildade e o desinteresse.
                                                                                                                     Adilson Mota

Curso TDM Magnetismo - Módulo II - Daniel Francisco

sábado, 26 de maio de 2012

Água Magnetizada - Tato Magnético


                                          Evento: Entremediuns 2010 (Continuação)
                                                  Por: Jacob Melo em 23.10.10

   13- Qual seria o tempo adequado para magnetização da água?
Jacob- É variado; vou dizer um tempo mínimo: que nunca seja menos que 3 minutos. A gente se espanta com isso. Barão du Potet, neste livro que será lançado em abril do ano que vem, ele diz que fez uma terapia com um dos seus pacientes e que ele não precisou magnetizar muito tempo a água, que foi uma magnetização muito rápida, de apenas 15 minutos.
Dá para ter uma idéia do que a gente está fazendo? Agora, quando a gente pensa que o Barão du Potet era um excelente magnetizador com um potencial magnético lá em cima, ele achar que 15 minutos foi uma magnetização rápida... O que a gente está fazendo com a nossa?
14- As águas dos pacientes podem ser magnetizadas todas ao mesmo tempo?
Jacob- Não, sugiro que não. A depressão é uma doença única, mas os graus são totalmente diferentes. No nosso caso lá no LEAN nós temos muitos magnetizadores, e temos várias pessoas em tratamento em vários níveis de profundidade de depressão; se a gente faz uma magnetização única para todos, vamos ter que ter um padrão, que nem vai poder ser muito, para o caso pior, nem vai poder ser pouco para o caso melhor, vai ter ser médio; então para um vai ficar forte e para outro fraco. Por isso o ideal é magnetizar uma a uma. E, mais ideal ainda em termos técnicos é que o mesmo magnetizador que aplicar o passe magnetize a água. Porque quando o magnetizador aplica o passe em uma pessoa há o pressuposto que já se estabeleceu uma relação magnética, e se já está estabelecida a relação magnética e o mesmo magnetiza a água, essa já vai ter um padrão que o paciente identifica mais facilmente e, portanto, a assimilação é melhor do que eventualmente pegar um padrão que você não identifique.
15- Quais os indicadores que nos dão a certeza de que o paciente está pronto para trocar de nível no tratamento TDM?
Jacob- Sugiro que leiam o que está no livro (A cura da depressão pelo Magnetismo, nova edição), a mudança de um nível para o outro. Mas, tem que ser pelo menos a conjugação de duas informações: a do paciente e a do passista. Nem a do passista sozinho é boa, nem a do paciente sozinha é boa.
Um paciente de depressão grave e longa, ele vai dizer que está excelente muito rápido, e como ele quer sair do tratamento com a melhora, não quer nem ir para o nível 2, nem para 3; ele quer mesmo é ir embora.
Então a gente precisa saber o que o paciente está dizendo e o que o passista vem sentindo. Mesmo que a gente troque de passista, os casos de TDM a gente vê que as descrições são muito parecidas; quando a pessoa começa sentir o funcionamento do esplênico e baço, começa a ter menos necessidade de dispersão na aplicação do TDM, e aí os passistas começam a notar que estão aplicando menos, que o paciente reage. Além da entrevista você tem o visual. Um paciente em depressão profunda, quando chega ele não reage, não diz nada; depois de certo tempo começa a demonstrar reação e na entrevista diz se está tomando muito remédio, se já diminuiu os remédios, e você vai juntando as informações. Quando ele diz que está bem, e visualmente você percebe que ele está bem, neste momento você começa a experimentar pequeno concentrados e observa o transito fluídico, e é aí onde se precisa ter um bom tato magnético, sem tato magnético é complicado. Teoricamente é complexo, porque como você vai dizer que colocou um fluido num determinado local e vai observar para onde ele foi, então você tem que ter a capacidade de identificar e acompanhar, é como um scaner, então você injeta um contraste e vai scanear para ver para onde o contraste foi. Se estiver funcionando bem e não estiver ficando concentrado, este paciente já está praticamente na condição do TDM II.
Mas, se você colocou, fluido e quando chega num determinado ponto tem concentrado e faz pequenos dispersivos e continua concentrado, ele está transitando, mas não está bem ainda. Quando a paciente vai para o TDM II o esplênico já deve estar funcionando bem e, por medida de cautela, um paciente recém entrado no TDM II, deve ser observado direitinho, porque se ele não tiver sido bem orientado na mudança ele provavelmente vai voltar para o TDM I.
16- a respeito do tato magnético, com treinamento é possível adquirir?
Jacob- É possível. O problema do tato magnético, esse foi outro erro grave do meio espírita, Allan Kardec fala de dupla vista desde o Livro dos Espíritos, e ele diz, precisamos educar, precisamos desenvolver isso, e a gente hoje não sabe nem o que é dupla vista, e o tato magnético nada mais é do que dupla vista. Quando jogamos isso fora perdemos um monte de coisas, então, o tato magnético Allan Kardec já sugere no Livro dos Espíritos e a gente tem que desenvolver.
Kardec pergunta aos Espíritos se é possível desenvolver faculdades que não temos: Sim. É possível. Transmitir o poder não, mas quem já tem pode orientar e instruir quem não tem. É textual, então é possível. Agora, em algumas pessoas vai ser muito lento, em outras vai ser quase que instantâneo.
E outra dificuldade que nós temos é que existe muito pouco ou quase nenhuma literatura específica sobre isso. Para vocês terem uma idéia, neste ano de 2010 pela primeira vez eu fiz uma seminário de tato magnético, e o primeiro que eu fiz não foi nem na minha Instituição, foi na Florida; eles insistiram e eu não queria fazer, e a condição que fiz foi de que só estivessem presentes pessoas que já trabalhavam, não era que já tinha estudado não, era que já estava trabalhando. Por quê? Porque senão fica parecendo que é mágica, e não é mágica. Se você não tiver uma boa base você vai pensar que tudo aquilo é sugestão, indução e não é.
O segundo seminário que eu fiz foi na minha Casa, já que fiz um fora tinha que fazer um na minha Casa, foi num final de semana e nossos trabalhadores deram uma melhorada muito grande no trabalho, mas também não permiti nenhuma pessoa de fora, só os nossos trabalhadores. E com experiências simples tivemos resultados fantásticos, tipo uma pessoa que nem sabia que tinha sensibilidade, e um outro novato que não sabia que tinha a possibilidade de ter uma projeção fluídica tão grande, e durante o seminário fui observando quem tinha mais sensibilidade e quem tinha menos e no final, uma dessas duplas, que nem um nem outro sabia o que ia fazer porque em nenhum momento eu disse o que iriam fazer. Coloquei 3 de costas e mais 3 nas costas deles, chamei um por um e disse no ouvido o que eu queria que eles fizessem. Pedi a mesma coisa, mas eles não sabiam. E foi impressionante porque a pessoa que estava na frente, num dos casos, eu pedi que empurrasse a outra, sem tocá-la até que ficasse prestes a cair, estavam de pé. Ele olhou para mim e riu como quem diz: ah! E isso vai funcionar? E na hora que ele estabeleceu a relação magnética ele retesou, e ele foi empurrando e o outro foi se projetando para frente, até que disse: me segurem que vou cair! Quando estava totalmente pendente, que uma pessoa numa condição natural teria caído, eu fiz sinal e ele começou a puxar a mão e veio até começar a cair para traz. Não era mágica, não era hipnose, não era indução, era força magnética.
Se você consegue chegar a um ponto em que seu tato lhe permita ter essa manipulação, imagina você saber onde se localiza ou não um tumor. Agora você só vai começar a treinar para reconhecer um tumor no dia que você começar a pegar pessoas com tumores e examinar o que é um tumor no seu tato, porque muitas vezes para uma pessoa é calor, para outra um choque, para outra um vazio, para outra uma repulsão, para outra uma atração, e cada um vai interagir de forma diferente. Se eu não posso perguntar nada ao paciente, eu não vou saber disso nunca.

JACOB MELO responde



Qual a relação entre magnetismo e fluido vital?
Tem tudo a ver um com o outro por que o magnetismo - aí no caso, para usar o termo mais clássico seria magnetismo animal que foi o magnetismo tão defendido, evidenciado e demonstrado por Mésmer e seus seguidores - nada mais é do que a eclosão do nosso fluido vital sendo transformado para exteriorização em benefício do indivíduo para o qual ele está sendo dirigido.
É aquilo que, particularmente, eu chamo de usinagem fluídica a qual pode ser entendida como sendo uma transformação da sua estrutura vitalista a partir do princípio orgânico, portanto a partir do corpo físico, uma transformação nas estruturas energéticas que são chamadas de centros vitais ou centros de força ou ainda chakras. Há então um reprocessamento energético onde uma energia densa como a orgânica é sutilizada e exteriorizada. Isso tudo é o que? É um processo de transferência e de transformação magnética que por ser específica é um processo vital.
O que é fluido vital? É a parte magnética animal que mantém todo o circuito de vitalidade do ser humano. Muitas vezes nós vamos nos deparar apenas com uma confusão de terminologia. Alguém vai preferir chamar de magnetismo vital, outro vai chamar de fluido vital, ou ainda de campo vital. No fundo o que importa é saber em que está sendo aplicado o termo para saber a que está se referindo, quer dizer, é tudo absolutamente a mesma coisa. Fluido vital e magnetismo realizado são exatamente sinônimos um do outro.
Entrevista concedida à Sociedade de Estudos Espíritas Vida, Pelotas/RS

sexta-feira, 25 de maio de 2012

V EMME - Encontro Mundial de Magnetizadores Espíritas


O que é o Passe?


MAGNETISMO ESPÍRITA -Aula VII- Soc. Esp. Os Mensageiros da Paz

O Magnetismo pode interferir na vontade do paciente?



Em um Seminário, certa vez, nos fizeram a pergunta acima. Na ocasião demos uma resposta sucinta como era necessário pelas limitações de tempo e pela quantidade de questionamentos para atender. Dentro do estudo das influências exercidas pelo magnetismo, detalharemos, então, um pouco mais esse interessante assunto. A pergunta foi motivada pelo fato de citarmos os recursos de que o Magnetismo dispõe para reerguer a vontade do depressivo, baseado no livro “A Cura da Depressão pelo Magnetismo” de Jacob Melo. Em algumas doenças psicossomáticas como a depressão é dito que o indivíduo perde, muitas vezes, a vontade de comer, de passear, de trabalhar, de viver, de expressar-se, de sorrir, etc. A vontade, na realidade, não se perde. Acredito que os autores espíritas que assim se referem, o fazem de forma a serem didáticos e os não espíritas, por desconhecimento da realidade mais profunda do ser. Acredito que seria mais correto afirmar que o indivíduo deixa de exercer o controle da sua vontade não conseguindo expressá-la corretamente. No dicionário da língua portuguesa on-line Priberam, a vontade é uma “potência ou faculdade interior, em virtude da qual o homem se determina a fazer ou não fazer alguma coisa; intenção, ânimo, domínio, desejo, persuasão íntima, convicção”. Esta faculdade está incutida na essência do Ser, sendo a vontade, portanto, um atributo do Espírito.
O corpo físico e o perispírito sendo materiais, não possuem sentimentos, pensamentos ou vontades. Sendo assim, a vontade faz parte do conjunto de faculdades do Espírito e desta forma, este não tem como perdê-la, assim como não se perde a memória, por exemplo, já que esta pertence ao ser espiritual. O que ocorre é que os canais por onde elas (memória e vontade) se expressam podem estar interrompidos, congestionados, desarmonizados, dificultando que o indivíduo tenha um bom controle sobre o uso das mesmas.
O Ser Espiritual emite a sua vontade através de impulsos energéticos que são traduzidos e adaptados no perispírito para serem expressos através do corpo físico sob a forma de ações e comportamentos. Estando o Espírito em desarmonia para com as leis universais, este influenciará o corpo perispiritual tornando-o ineficaz na sua função de condutor da energética espiritual em direção à matéria e das sensações externas no sentido oposto. Se o veículo intermediário (perispírito) encontra-se desalinhado com as suas finalidades, é lógico esperar reações e sensações desequilibradas como acontece nos estados depressivos.
Desta forma, o Espírito permanece com a sua vontade, porém não consegue expressá-la ou fazer uso equilibrado da mesma, visto que não dispõe de um instrumento eficiente para tal.
Podemos fazer a seguinte comparação para um melhor entendimento: um músico exímio revelará todas as suas habilidades quando tocando um instrumento de boa qualidade e bem afinado. Mas se o instrumento musical estiver desafinado ou se for ruim, o músico continuará com a sua faculdade musicista mas não conseguirá expressar toda a sua arte devido à deficiência do veículo da sua musicalidade.
Todo este preâmbulo é para que possamos dissertar a respeito de como o Magnetismo pode atuar para que o indivíduo possa recuperar o bom uso da sua vontade.
Nos tratamentos através do Magnetismo, quando o paciente tem a sua vontade obstruída, os fluidos, através das técnicas empregadas, agirão no perispírito retificando o funcionamento dos centros de força, conquanto sejam estes a porta de ligação entre o físico e o perispiritual. Consequentemente, o Espírito poderá exercer melhor os seus controles sobre os implementos perispiríticos e físicos.
Expressará melhor os seus sentimentos, pensamentos e vontades, proporcionando-se emoções harmônicas e reações e sensações equilibradas. De forma semelhante, é o que acontece com o uso de certos medicamentos. Só que, sendo estes atuantes apenas no corpo físico, fica sempre a possibilidade de retorno da problemática devido à matriz perispiritual encontrar-se ainda em descompensação.
Em quaisquer dos casos, se o indivíduo não elaborar uma mudança de postura perante a vida, poderá, logicamente, desarticular o seu perispírito novamente, vindo a sofrer novas consequências negativas, como resultado do seu Ser desarmônico.
Existem outras formas do magnetismo atuar sobre a vontade. Nos fenômenos de hipnose e regressão de memória, por exemplo. O hipnotizador, através da sua vontade firme, consegue “subjugar” a vontade do hipnotizado, fazendo-o obedecer ao seu comando como se fosse um autômato. Isto acontece porque o hipnotizado previamente consentiu em abrir mão do controle da sua própria vontade, em função do fenômeno. Caso ele resista, o fenômeno não ocorre, a não ser que o hipnotizador possua uma vontade poderosa capaz de submeter coercitivamente a mente do outro.
Na regressão de memória ocorre de forma semelhante, apenas o objetivo passa a ser outro: fazer o indivíduo hipnotizado acessar as suas memórias profundas seja com relação à vida presente ou passada.
O magnetismo agindo nos implementos cerebrais tanto quanto na mente perispiritual, os submeterá, pelo menos parcialmente, ao controle do operador.
O sonambulismo magnético é outra situação em que o magnetismo influencia a vontade alheia, anulando, mas não aniquilando-a. Através das técnicas magnéticas é possível levar o indivíduo ao sono, ao estado sonambúlico, à insensibilidade física.
A desarmonização no centro de força laríngeo, tem forte ligação com as dificuldades de expressão da vontade.
Através do frontal e do coronário (situados logo acima do nariz e no alto da cabeça, respectivamente) podemos interferir na mente e no cérebro do indivíduo.
Ocorre o mesmo nas obsessões onde o Espírito, mal intencionado, submete a vontade alheia, a qual encontra-se na mesma sintonia devido aos seus débitos para com as leis divinas, sejam presentes ou passados. A obsessão nada mais é do que uma vontade dominando a outra.
Neste caso um outro centro de força estará envolvido - o umeral -, conhecido como centro de atração magnética, de certa forma subordinado ao laríngeo e muito atuante nas questões obsessivas e mediúnicas.
Concluímos que o Magnetismo pode, dentro de certos limites, interferir na vontade de alguém (entendendo-se vontade como sendo a expressão física de uma realidade interior), através da ação no seu perispírito, via centros de força. Tendo os centros vitais reestruturados, é mais fácil para o paciente, inclusive, soerguer-se moralmente, pois as energias em equilíbrio o ajudarão no sentido de que seus esforços se tornem mais frutíferos.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

MAGNETISMO CLÁSSICO


O texto abaixo fez parte de um sermão do Padre Lacordaire proferido em dezembro de 1846 na Catedral de Notre-Dame em Paris.
Foi extraído da Introdução do livro Le Monde Occulte, de Henri Delaage.

As forças ocultas e magnéticas das quais o Cristo é  acusado de se ter apoderado para produzir milagres, eu as nomearei sem medo e poderia livrar-me delas tranquilamente, posto que a ciência não as reconhece ainda, chegando até a proscrevê-las. Entretanto prefiro obedecer minha consciência à ciência. Vocês invocam então as forças magnéticas: pois bem, creio nelas sinceramente, firmemente; creio que seus efeitos foram constatados, ainda que de maneira por ora incompleta, e que assim será provavelmente sempre, por homens instruídos, sinceros e até cristãos; creio que esses fenômenos, na grande maioria dos casos, são puramente naturais; creio que o segredo dela nunca foi perdido sobre a terra, que ele foi transmitido de geração em geração, que ele deu origem a inúmeras ações misteriosas, cujas pegadas são facilmente reconhecidas e que atualmente ele deixou a sombra das transmissões subterrâneas porque o século atual foi marcado na fronte com o sinal da publicidade. Creio em tudo isso. Sim, senhores, por intermédio de uma preparação divina contra o orgulho do materialismo, por intermédio de um insulto à ciência que data do mais longínquo que podemos recordar, Deus quis que houvesse na natureza forças irregulares, irredutíveis a fórmulas precisas, quase incontestáveis pelos processos científicos. Ele assim o quis afim de provar aos homens tranqüilos nas trevas dos sentidos que fora até mesmo da religião habitava em nós resplendores de uma ordem superior, tênues luzes aterradoras de um mundo invisível, uma espécie de cratera por onde nossa alma, escapada por um momento das terríveis ligações com o corpo, sobrevoa espaços insondáveis, dos quais ela não conserva qualquer recordação, mas que a advertem bastante que a ordem presente esconde uma ordem futura, diante da qual a nossa não é mais do que o nada.
“Tudo isso é verdade, assim eu creio; mas é verdade também que essas forças obscuras estão presas a limites que não testemunham nenhuma soberania sobre a ordem natural. Mergulhado num sonho artificial, o homem vê através de corpos opacos a certas distâncias; indica remédios capazes de aliviar e até mesmo de curar doenças do corpo; parece saber coisas que não sabia e que esquece no momento em que acorda; exerce por sua vontade um grande império sobre quem com os quais está em comunicação magnética: tudo isso é doloroso e trabalhoso, mesclado com incertezas e abatimentos. É um fenômeno de visão, bem mais do que a operação, um fenômeno que pertence à ordem profética e não à ordem milagrosa. Não vimos em lugar nenhum uma cura súbita, um ato evidente de soberania. Mesmo na ordem profética, nada é mais miserável?”

PALAVRAS DO CODIFICADOR

Ensaio Teórico das Curas Instantâneas.

Certas doenças têm sua causa original na própria alteração dos tecidos orgânicos; é a única que a ciência admitiu até hoje; e como ela não conhece para remediá-la senão as substâncias medicamentosas tangíveis, não compreende a ação de um fluido impalpável tendo por propulsor a vontade. No entanto, as curas magnéticas estão aí para provar que isso não é uma ilusão.
Na cura das doenças dessa natureza, pelo influxo fluídico, há substituição das moléculas orgânicas mórbidas por moléculas sadias; é a história de uma velha casa da qual se substituem as pedras carcomidas por boas pedras; sempre se tem a mesma casa, mas restaurada e consolidada. A torre Saint-Jacques e Notre-Dame de Paris acabam de sofrer um tratamento deste gênero.
A substância fluídica produz um efeito análogo ao da substância medicamentosa, com esta diferença de que sua penetração, sendo maior, em razão da tenuidade de seus princípios constituintes, ela age mais diretamente sobre as moléculas primárias do organismo que não podem fazê-lo as moléculas mais grosseiras das substâncias materiais. Em segundo lugar, sua eficácia é mais geral, sem ser universal, por que suas qualidades são modificáveis pelo pensamento, ao passo que as da matéria são fixas e invariáveis, e não podem se aplicar senão em casos determinados.
Tal é, em tese geral, o princípio sobre o qual repousam os tratamentos magnéticos.
Acrescentamos sumariamente e por memória, não podendo aqui aprofundar o assunto, que a ação dos remédios homeopáticos em doses infinitesimais está fundada sobre o mesmo princípio; a substância medicamentosa sendo levada, pela divisão, ao estado atômico, adquire até um certo ponto as propriedades dos fluidos, menos, no entanto, o princípio anímico, que existe nos fluidos animalizados e lhes dá as qualidades especiais.
Em resumo, trata-se de reparar uma desordem orgânica pela introdução, na economia, de materiais sãos para substituir os materiais deteriorados. Esses materiais sãos podem ser fornecidos pelos medicamentos comuns em natureza; por esses mesmos medicamentos no estado de divisão homeopática; enfim, pelo fluido magnético, que não é outra do que a matéria espiritualizada. São três modos de reparação, ou melhor, de introdução e de assimilação dos elementos reparadores; todos os três estão igualmente na Natureza, e têm sua utilidade segundo os casos especiais, o que explica porque um triunfa onde outra fracassa, porque haveria parcialidade em negar os serviços prestados pela medicina comum. São, em nossa opinião, três ramos da arte de curar destinados a se suprirem e a se completarem segundo a circunstância, mas dos quais nenhum está fundado em se crer a panaceia universal do gênero humano.
Revista Espírita, março de 1868

quarta-feira, 23 de maio de 2012

MEDICINA E ESPIRITISMO


O que é saúde e o que é doença à luz da doutrina espírita?
Doença e saúde se referem ao estado em que se encontram as pessoas e não ao estado de órgãos ou partes do corpo.
O corpo físico nunca está só doente ou só saudável, já que nele se expressam realmente as informações da consciência.
O corpo de um ser humano vivo deve seu funcionamento ao espírito que o habita.
Quando as várias funções corporais se desenvolvem em conjunto dentro de uma harmonia, ele se encontra num estado que denominamos de saúde.
Se uma função falha, ela compromete a harmonia do todo e então falamos que ele se encontra em um estado de doença. A doença é a perda relativa da harmonia.
Essa perturbação da harmonia acontece a nível de consciência, que é a parte espiritual do ser, enquanto o corpo é a forma de apresentação dessa desarmonia.
O nosso “não consciente” envia mensagens ao nosso “consciente”, sob a forma de tensões ou sofrimentos físicos e emocionais.
Procurando “silenciar” essa tentativa de comunicação, utilizamos medicamentos para acabar com os sintomas, sem perceber o que gerou os mesmos.
Para se dar conta de onde está situada a causa inicial, médicos e pacientes precisam aprender não apenas a perceber o que é visível na luz, mas também identificar o que está escondido na sombra.
Por que médicos e pacientes precisam aprender a perceber onde está a causa inicial?
Médicos porque têm o papel de orientar. Se não souberem a causa, irão tratar apenas a conseqüência.
Pacientes porque são os principais interessados e responsáveis por sua cura.
Origem da desarmonia no perispírito. 
Sabemos todos que o perispírito:
Δ É preexistente e sobrevivente à morte do corpo material, transmitindo suas vontades ao corpo físico e as impressões do corpo físico ao espírito;
Δ Que o envoltório carnal se modela e as células se agrupam de acordo com a forma perispiritual;
Δ Que as qualidades ou defeitos, faltas, abusos e vícios de existências passadas registrados no perispírito reaparecem no corpo físico como enfermidades e moléstias.
Inúmeras almas já renascem “adoecidas”, ou seja, com os componentes psíquicos enfermiços. Em grande parte dos casos o componente inicial dessa enfermidade é a falta de auto-amor.
O amar a si mesmo ainda é uma lição que todos temos que aprender. Muitas reencarnações têm como objetivo precípuo restabelecer o desejo de viver e recuperar a alegria de sentir-se em paz. Uma conseqüência da falta do auto-amor é a depressão.
Como se pode conceituar depressão à luz do conhecimento espírita?
Depressão é cansaço de viver, é não aceitar a vida como ela é.
É a “doença prisão” que cassa a liberdade da criatura rebelde, viciada em ter seus caprichos atendidos.
É uma intimação de leis da vida convocando a alma a mudanças inadiáveis.
Em tese, depressão é a reação da alma que não aceitou sua realidade pessoal como ela é, estabelecendo um desajuste interior que a incapacita para viver plenamente.
No capítulo “Receituário oportuno” do livro “Escutando os Sentimentos” de Wanderley S. de Oliveira, Ermance Dufaux nos diz ser necessário ingerir três medicações com freqüência:
1. Acreditar que merece a felicidade , assim como todos os seres humanos (ser feliz é contentar-se com o que se é, sem que isso signifique estacionar; é o amor a si);
2. Parar de encontrar motivos externos para suas dores, encontrando-lhes as causas íntimas (dentro de cada um está a cura para todos os seus males);
3. Parar de pensar em felicidade para depois da morte e tentar ser feliz ainda em vida (a felicidade resulta da habilidade de consolidar o sentido da vida a partir do “olhar de impermanência”).
As emoções e os chakras
Sabemos quando a consciência de uma pessoa está desequilibrada, pois a mesma torna visível e palpável na forma de sintomas físicos ou psicológicos o seu desequilíbrio. Existem desarmonias registradas a nível perispiritual. É o ser humano que está doente (espírito) e não o seu corpo físico.
Como os chakras fornecem energia sutil aos diversos órgãos do corpo, os bloqueios e conflitos emocionais podem resultar num fluxo energético anormal para diversos sistemas fisiológicos. Com o tempo, esses fluxos anormais de energia podem produzir doenças de maior ou menor gravidade em qualquer órgão do corpo.
O stress emocional é um importante fator no processo de produção das doenças. Os conflitos emocionais, os sentimentos de impotência e a falta de amor por si próprio podem ter efeitos nocivos sobre o funcionamento dos principais chakras.
A falta de amor a si ou auto-imagem ruim pode causar bloqueio no chakra cardíaco, o qual, secundariamente, afeta o funcionamento do timo, debilitando o sistema imunológico. Também pode afetar os pulmões contribuindo para as doenças respiratórias.
A forma inadequada de expressar verbalmente o que sente ou a não expressão verbal dos sentimentos internos pode interferir na função do chakra laríngeo.
Essa pode ser a causa de muitos casos de amigdalites ou transtornos de tireóide.
Nossas doenças são freqüentemente um reflexo simbólico dos nossos estados internos de intranqüilidade emocional, bloqueio espiritual e desconforto. Isso sugere que a prescrição de medicamentos de efeito rápido, que aliviem apenas temporariamente os sintomas agudos da doença, não é a solução ideal para minorar os problemas do paciente, dentro de uma perspectiva reencarnacionista.
A medicina do futuro deverá ensinar os pacientes a reconhecerem os fatores emocionais e energéticos sutis que podem predispô-los a determinados estados mórbidos. Assim, terá mais facilidade em detectar disfunções nos chakras, corpos emocional, etérico e mental.
Hereditariedade
A hereditariedade existe, mas os registros no perispírito, das experiências passadas da alma (psíquico, intelectual, profissional, moral e emocional), determinam a formação dos órgãos no novo corpo material. A hereditariedade reflete a aproximação por afinidades vibratórias entre os membros de uma mesma família.
Na fecundação, o gameta masculino vitorioso está impulsionado pela energia do perispírito do reencarnante que encontrou nele os fatores genéticos necessários para a programação reencarnatória. Os códigos genéticos da hereditariedade, em consonância com o conteúdo vibratório dos registros, vão organizando o corpo físico.
As enfermidades graves decorrem de faltas passadas e contribuem para o aprendizado, reparação e restauração dos atos inadequados, além da elevação da alma.
Certos acontecimentos e doenças são permitidas pelo plano espiritual para estimular o espírito a cumprir compromissos com a sua jornada evolutiva.
Assim, enfermidades ou acidentes inesperados, carência afetiva, dificuldades econômicas, são meios utilizados para despertar da anestesia da ilusão ou da intoxicação do orgulho, egoísmo, cólera, etc, a que muitos se submetem.
Tabaco, álcool, drogas, excesso no sexo e na alimentação, são de livre opção atual, não incursos originalmente no processo evolutivo de ninguém.
Quem a qualquer deles se vincula, colherá o efeito prejudicial, não se podendo queixar ou aguardar solução de emergência.
Energia vital. Como equilibrá-la?
Do ponto de vista energético, o corpo físico debilitado oscila numa freqüência diferente daquela quando em estado saudável.
Quando a pessoa é incapaz de alterar o seu modo energético para a freqüência adequada, talvez seja necessário aplicar-lhe certa dose de energia sutil, o que pode fazer com que seus sistemas bioenergéticos passem a vibrar de forma apropriada.
Existem formas de tratamento que interagem também com a energia do ser humano como a acupuntura, a homeopatia, a antroposofia, a cromoterapia, os florais, os fatores de auto-organização, os elixires de pedras preciosas, o passe magnético, a prece, a água fluida, etc.
No entanto, a medicina não deve ter como foco apenas o tratamento do corpo, pois dessa forma não obterá a cura, mas apenas a melhora dos sintomas.
O ideal é que se possa detectar as doenças num estágio suficientemente precoce para impedir a manifestação física da doença em nível celular.
A doença é o caminho pelo qual o ser humano pode seguir rumo à cura. Quanto maior for nossa compreensão, maior nosso aproveitamento das coisas que nos cercam.
A cura acontece através da incorporação daquilo que está faltando e, portanto, ela não é possível sem uma expansão da consciência.
Responsabilidades de médico e paciente no processo de cura. Papel do espiritismo
O princípio mais importante para a medicina que trabalha com as vibrações é o conceito de que os seres humanos são sistemas dinâmicos de energia, refletindo padrões evolutivos do crescimento da alma.
O médico não deve ser apenas um agente promotor da cura, mas também um educador. No entanto, o paciente é o principal responsável pela sua cura.
É muito mais fácil tomar um comprimido que proporcione um rápido “conserto” do organismo, do que modificar os hábitos potencialmente insalubres que possam contribuir para o problema da saúde.
Cada ser humano é responsável pela busca do seu equilíbrio e da sua harmonia. O espiritismo auxilia no tratamento da consciência humana, lhe apresentando novos valores, educando o espírito.
Muitos pacientes só adotam hábitos mais saudáveis após algum acontecimento traumático ou o diagnóstico de uma doença grave.
O médico do futuro combinará o conhecimento científico e o conhecimento espiritual a fim de promover a cura em todos os níveis.
                                                                                                  José Carlos Pereira Jotz

SOBRE AS IMPOSIÇÕES DE MÃOS Parte Final



4ª Agiria com maior eficácia aquele que, tendo a força magnética, acreditasse na intervenção dos Espíritos? "Faria coisas que consideraríeis milagre." Pela pergunta de Kardec fica novamente explícito quem é o detentor do poder magnético, assim como se sobressai a potenciação que surge com a interferência sabida e consentida dos Espíritos. A única coisa que não dá para ser inserida nesse contexto é a colocação do senhor Levenhagen, quando coloca: “Ora, se são os Espíritos desencarnados que dirigem os fluidos e dão aos mesmos as qualidades necessárias para aliviar, ou mesmo curar, determinada enfermidade, perguntamos: qual a necessidade da movimentação de mãos na aplicação do passe?” É de se questionar: senhor Levenhagen, será que o senhor acredita mesmo no que acaba de afirmar em sua pergunta? Será que o senhor receberia passe de uma pessoa qualquer, apenas por ela fazer imposição de mãos e não saber nada de magnetismo? Será que o senhor está mesmo em condições de comparar o que os seus colegas realizam com base na sua leitura da obra de Allan Kardec? O senhor sabia que, como magnetizador, o senhor Allan Kardec movimentava as mãos? Pois veja só: no mesmo capítulo de onde o senhor extraiu o trecho acima, no item 175 (O Livro dos Médiuns, item Médiuns curadores), Allan Kardec anotou o que se segue: “...Diremos apenas que este gênero de mediunidade consiste, principalmente, no dom que possuem certas pessoas de curar pelo simples toque, pelo olhar, mesmo por um gesto, sem o concurso de qualquer medicação. Dir-se-á, sem dúvida, que isso mais não é do que magnetismo. Evidentemente, o fluido magnético desempenha aí importante papel; porém, quem examina cuidadosamente o fenômeno sem dificuldade reconhece que há mais alguma coisa. A magnetização ordinária é um verdadeiro tratamento seguido, regular e metódico; no caso que apreciamos, as coisas se passam de modo inteiramente diverso. Todos os magnetizadores são mais ou menos aptos a curar, desde que saibam conduzir-se convenientemente, ao passo que nos médiuns curadores a faculdade é espontânea e alguns até a possuem sem jamais terem ouvido falar de magnetismo...”. (grifei)
Como deve ser observado, mesmo em relação aos médiuns curadores ― que são diferentes dos passistas ― o senhor Allan Kardec aponta três opções de técnicas de cura: o toque ― este, inclusive, é, de maneira equivocada, totalmente descartado pela grande maioria dos espíritas ―, o olhar ou um gesto - isso mesmo, para desespero de quem quer apresentar o seu ponto de vista acima da base kardequiana, Kardec fala em gesto como técnica de cura.
Mais adiante, conforme grifei, Kardec define o processo magnético, como sendo um verdadeiro tratamento, seguido, regular e metódico, o que, por si só, confere a necessidade do magnetizador ter conhecimento de causa e não apenas se limitar a ser dirigido.
Ao final do trecho, ele propõe que a aptidão para curar mais efetivamente depende da “condução conveniente” do magnetizador. Pergunto: o que se entenderia por conduzir-se convenientemente, em se falando de magnetizador? Seria apenas e tão somente se ficar com as mãos estendidas, sem qualquer gesto? Creio que é algo muito mais rico e coerente com a postura de uma ciência, como sói acontecer com o Magnetismo.
Ao contrário dessas conclusões, eis o que o senhor Levenhagen preferiu sintetizar: “Nós, como encarnados, não temos a Ciência de manipulação dos fluidos, assim como muitos de nós não possuímos a competência necessária para trabalharmos com substâncias químicas com a devida cautela”. Não quero ser grosseiro, mas esta conclusão do senhor Levenhagen é absurda. Já pensou se tudo aquilo que o ser humano não dominasse ele simplesmente não buscasse realizar? Será que, como civilização, já teríamos saído da idade da pedra? Sinto muito dizer, mas a postura sugerida pelo nosso confrade é de improdutiva acomodação. Se alguém não tem conhecimento da manipulação dos fluidos e se esse alguém quer trabalhar com esse elemento, o que ele deve fazer é estudar o mundo dos fluidos, pesquisar o magnetismo, treinar a manipulação, experimentar enfim. Não acredito que os Espíritos nos queiram como marionetes; ao contrário, eles estão precisando de seres dispostos a servir, com competência, conhecimento, estudo, interesse e empenho. Precisamos, sim, acreditar nos Espíritos, mas eles também precisam acreditar em nós. E como eles acreditarão se nossa postura for a da acomodação pura e simples? Num ponto a seguir, o senhor Levenhagen escreve o seguinte: “Muitos podem replicar que são os “guias” que os intuem para direcionar as mãos para determinada parte do corpo daquele que está recebendo os passes. Mas esta afirmação não faz sentido, pois os Espíritos responsáveis pelos trabalhos de passes direcionam e manipulam livremente os fluidos, independente se as mãos do encarnado estão ou não direcionadas para este ou aquele órgão”. Na verdade, o posicionamento das mãos, bem como seus movimentos, não devem ser frutos de direcionamento dos Espíritos apenas, mas uma perfeita interação magnética do passista com a influência dos Espíritos que auxiliam na operação. Mas, ao contrário do que afirma o artigo do senhor Levenhagen, os Espíritos que operam nos passes não o fazem livremente e sim responsavelmente, com conhecimento de causa, e, mesmo que ele não goste disso, o posicionamento das mãos do passista interfere sim no processo.
Lembremos o seguinte: sendo os fluidos magnéticos positivamente humanos e as mãos os pólos emissores dos fluidos, a depender de como e onde estejam “estacionadas” poderão gerar campos magnéticos de diversos padrões, alguns dos quais de difícil manipulação por parte dos Espíritos.
Continuando com seu artigo, ele buscou a palavra do Espírito André Luiz para referendar o que estava expressando. No livro “Missionários da Luz”, capítulo19, está dito que não basta somente a boa-vontade para os técnicos responsáveis pela manipulação dos fluidos, mas que precisam deter “qualidades de ordem superior e conhecimentos especializados”. Isto é uma verdade verdadeira. Mas tanto é verdade para os Espíritos do além como para os encarnados. Só que fazendo a supressão dos movimentos que o autor do artigo sugere, se está condenando o passista a nunca adquirir os conhecimentos especializados que só a prática e o estudo conjuntos possibilitam. Ou será que só se ensina magnetismo no mundo espiritual? Ou será que os Espíritos do outro lado aprenderam isso de forma automática quando lá chegaram? Ou será que os espíritas são inaptos a assimilarem esses conhecimentos e aprimorarem, com segurança, suas práticas, enquanto encarnados? Interessante é que, em determinados momentos, parece que o senhor Levenhagen teve a mesma percepção que eu, mas, objetivando justificar seu ponto de vista, sempre terminou levando a análise para o ponto contrário. Senão, vejamos isso: “Acreditamos que uma das causas deste bailar de mãos dos médiuns passistas reside em uma leitura rápida e superficial das obras de André Luiz, trazendo para a prática cotidiana das casas espíritas técnicas com as quais não sabemos lidar, em vista de não possuirmos “conhecimentos especializados” para agirmos de forma direta”. Eu creio que muitos movimentos de passes são destituídos de estudos, tendo surgido de diversas fontes e formas, muitas delas sem qualquer explicação razoável. Mas não dá para o senhor Levenhagen deduzir que uma das causas da movimentação das mãos surgiu de leituras rápidas e superficiais da obra de André Luiz, até porque, seguramente, ele não ensina nada disso em suas obras, apesar de falar de muitas e variadas técnicas de passes magnéticos que são aplicados no mundo espiritual, à feição dos magnetizadores encarnados. Se o senhor Levenhagen não sabe lidar com técnicas que pedem conhecimentos especializados ou isto o inibe a estudá-las, conhecê-las e praticá-las, não lhe cabe o direito de ensinar que só se deve fazer imposição de mãos.
Oh! Como lamento que artigos como esse ganhem vulto junto àqueles que dizem defender o estudo espírita, pois nada mais fazem do que gerar acomodações improdutivas e crendice discordante do que ensina o senhor Allan Kardec e os Espíritos da Codificação.
No mesmo artigo, um pouco mais adiante, o senhor Levenhagen acrescenta: “Tendo em vista o que acabamos de desenvolver, faz-se imprescindível que os passes, como técnicas, sejam substituídos pela simples imposição de mãos, visto que os movimentos “coordenados” dos braços e mãos ferem o bom-senso e a lógica, fundamentais para que haja coerência doutrinária”. Isto é o que é mais lamentável. O senhor Levenhagen fere, distorce e acomoda improdutivamente o que ensina o Espiritismo e, cheio de si, diz todos esses disparates. Não, não quero dizer que o movimento de mãos e braços, por si sós, sejam a tradução da sabedoria nem que todos movimentos estejam corretos ou sejam necessários. Não e não. Os movimentos têm sua razão de ser, têm suas lógicas e seus motivos. Não são aleatórios nem robotizados por Espíritos. Para fazê-los com correição e competência é necessário estudo sério e aprofundado, experimentação segura e continuada, além de postura ética elevada e moral bem ajustada aos bons princípios morais. O que não se pode dizer, por outro lado, é que os movimentos sejam sem lógica e que ferem o bom-senso. Afinal, a que bom-senso se refere o autor? Ao dele ou ao de Allan Kardec? E qual é a incoerência doutrinária que existe que não seja a de desrespeitar o Magnetismo, o qual Kardec afirmou ser a mesma ciência espírita? Sugere o senhor Levenhagen que o passista, não sabendo como manipular os fluidos, deverá proporcionar o equilíbrio necessário para que a exteriorização dos seus próprios fluidos não prejudique o trabalho desenvolvido no plano espiritual pelas entidades responsáveis. Isso é engraçado, pois ele pede que o passista proporcione o equilíbrio necessário na exteriorização de seus fluidos sem explicar como. Pode até parecer algo fácil e simples, mas ele não comentou como fazer. Sendo assim, fico na dúvida: será que o senhor Levenhagen ainda desconhece que as imposições de mãos, quando feitas por magnetizadores, são “concentradoras de fluidos” e que estes, quando concentrados em determinadas partes do ser humano, geram desconfortos, incômodos, mal-estares e até mesmo crises graves de várias ordens e que, a despeito da proteção espiritual, muitos desses casos só são bem resolvidos se um magnetizador atuar dispersivamente sobre esses mesmos fluidos? E saberia ele que a quase totalidade das atitudes de dispersão fluídica só se realizam com movimentação rápida das mãos?Para corroborar com a idéia de que a simples imposição de mãos é suficiente para tratar de casos graves, o senhor Levenhagen transcreveu o início de um caso narrado na Revista Espírita, de Allan Kardec, de setembro de 1865, intitulado de “Cura pela Magnetização Espiritual”. Não vou comentar o artigo de Kardec, pois o próprio nome já diz do que se trata: da ação fluídica numa operação espiritual, e não essencialmente magnética, na cura de uma fratura. Bem se vê que se trata de exemplo rico, porém pouco comum, tanto que não se tem outros registros de curas semelhantes na própria revista de Kardec. Mas o senhor Levenhagen preferiu esse caso para generalizar uma situação que o próprio codificador deixou como não muito comum. Senão, vejamos o que está anotado em A Gênese, capítulo 14, item 34: “É muito comum a faculdade de curar pela influência fluídica e pode desenvolver-se por meio do exercício; mas, a de curar instantaneamente, pela imposição das mãos, essa é mais rara e o seu grau máximo se deve considerar excepcional”. (grifei)

Primeiro, no trecho acima destaquei que a faculdade pode desenvolver-se pelo exercício ― o que não seria possível de haver se se tomar a sugestão do senhor Levenhagen de só se fazer imposição de mãos. Depois vem o caráter de excepcionalidade das curas imediatas através das imposições de mãos, sinteticamente afirmado por Allan Kardec. Creio, portanto, ser desnecessário prolongar-me nessa análise, já que ela trata de um caso à parte e não dos casos gerais. Concluindo o seu artigo, o senhor Levenhagen recomenda ao interessado em estudar o tema o capítulo 14 de A Gênese, de Allan Kardec, e o capítulo O Passe, do livro A Obsessão, o Passe, a Doutrinação, de J. Herculano Pires. Convenhamos, é muito restrita a sugestão de leitura indicada por ele. Primeiro porque há material farto a ser estudado; desde O Livro dos Espíritos, passando pelo Livro dos Médiuns, A Gênese (não apenas no capítulo 14) e o próprio Evangelho Segundo o Espiritismo, sem falar nos doze volumes da Revista Espírita. Depois, a obra quase toda de André Luiz trata do assunto, além de outras obras valiosas como Magnetismo Espiritual, de Michaelus, vários livros de Gabriel Delanne e Leon Denis, e assim por diante. Consideremos, ainda, que recentemente, no ano passado (2006), foi lançado uma rica obra pela Lachatre, intitulada Mesmer, de Paulo de Figueiredo. Desprezar tudo isso para privilegiar esse opúsculo do senhor Herculano Pires, com todo respeito, é menoscabar a capacidade de estudo e raciocínio dos leitores. Nessa obra, o senhor Herculano Pires diz que nada é tão simples como se aplicar um passe; basta dá-lo. E eu me pergunto: será? Se for verdade, por que será que existem cursos de passistas? Por que será que quando se precisa de um passe não se busca alguém que simplesmente o dá? Ademais, conforme registrou o próprio senhor Levenhagen, nessa mesma obra o senhor Herculano Pires afirma: “O passe espírita é simplesmente a imposição das mãos, usada e ensinada por Jesus como se vê nos Evangelhos”. Ora, será que no Evangelho só se vê mesmo imposição das mãos? E a cura da hemorroíssa, que foi curada ao tocar nas vestes de Jesus? E do cego no qual Jesus usou saliva e barro para restituir-lhe a visão? E os que ele curou à distância? E os que ele tocou, em vez de impor as mãos? Convenhamos, Jesus não apenas fez imposição de mãos nem cabe qualquer autoridade para alguém escrever que a imposição de mãos é a síntese do passe espírita, pois tal assertiva não se encontra lavrada em nenhuma das obras da Codificação, nem na Revista Espírita nem em qualquer anotação de Kardec. Ao contrário disso, ele sempre afirmou que o Espiritismo e o Magnetismo estão de mãos dadas, de forma inseparável, a não ser que se busque prejuízos para essas ciências. Como disse no início, este artigo corria o risco de ficar muito extenso. E ficou. Mas ainda teria muitas citações, da Codificação e de outras obras, referendando que a visão da imposição das mãos como técnica única é um equívoco que precisa ser repensado. Não por meu querer ou minha maneira de ver e perceber o tema, mas pelas evidências, pelas pesquisas sérias, pelas experimentações, por tudo o que, ao longo dos milênios, vem sendo cabalmente demonstrado. Sendo as imposições concentradores fluídicos, muitas complicações surgem dessa prática indiscriminada. O Mundo Espiritual pede ao mundo físico que estudemos mais aplicadamente, sem medos de não acertar algumas vezes, desde que prossigamos, resolutos, na busca do grande ideal do bem. O Espiritismo é ciência e, por isso mesmo, deve merecer de seus adeptos um comportamento científico, também.