Evento: Entremediuns 2010 (Continuação)
Por: Jacob Melo em 23.10.10
3- quando um passista não deve aplicar o passe do TDM?
Jacob- Primeiro,
quando ele estiver em depressão, eu sugiro que qualquer Casa que queira
trabalhar a depressão tire de suas atividades qualquer trabalhador em
depressão, mesmo que seja uma depressão superficial, porque ela é superficial
num momento e daqui a pouco ela está lá em cima e aí já vai ser tarde, vai ser
muito mais trabalhoso. Tire-o e coloque-o em tratamento, primeira coisa. Então
um passista em depressão a primeira coisa que ele tem que deixar é de ser
passista até se recuperar, porque você não vai dar o que você não tem. Todo
depressivo tem carência de fluidos, como ele vai dar fluido? Se você vai pela
lógica, além da depressão ele vai ter fadiga, e vai ser uma coisa implicando na
outra e aí de forma grave.
Depois, se você não souber o
que está fazendo. Vou contar um caso que foi bem típico, bem recente faz uns
três meses que aconteceu na nossa instituição
e diz muito. Eu vou dizer aqui uma coisa que o meio espírita não gosta de
ouvir: muito cuidado com intuição, principalmente quando se tratar nesses dois
tipos de caso: depressão e fadiga fluídica.
O nosso trabalho lá em Natal
não se volta só para depressão, mas é lógico que a grande maioria dos nossos
pacientes são casos de depressão.
Tem uma senhora que ela vem
toda semana, ela sai de casa na terça-feira à noite, viaja 300 km da cidade onde para receber passes lá em Natal. Ela é uma pessoa extremamente dinâmica,
uma mulher que não está no comum dos cotidianos que a gente conhece das
mulheres, ela é muito ágil, muito habilidosa, é da área de contabilidade, tem
uma cabeça muito privilegiada, já conversei muitas vezes com ela. E ela entrou
numa depressão tão violenta, que um dia ela contratou uma pessoa para ficar no
lugar dela e por sorte essa pessoa que ela contratou é espírita; e aí disse: -
Espera aí! Porque você quer largar tudo? Pelo que estou vendo você está
largando e não está programando uma viagem... o que você vai fazer da sua vida?
Você não quer mais trabalhar por que?
- Eu quero me trancar no
quarto e esperar o dia de morrer.
E era o que ela ia fazer, e
ele investigou com ela, e ela terminou dizendo que ela já não tinha mais ânimo
para nada, não queria mais atender telefone e o caso de depressão ela estava
era “lá no fundão mesmo”, ela estava pra lá de péssima. E ele disse:
- Eu tenho como você se
curar.
- Se você tem porque já não
me disse?
- Você não tinha me falado
nada!
Resumo da história: ele disse:
- Você aceita viajar?
- Desde que não seja para
fora da Terra, eu vou para qualquer lugar, até para a China. Eu vou. Eu compro
a passagem e vou.
Então ela estava decidida.
- Então você vai à China,
porque você vai tantas vezes no lugar que você vai que quando terminar seu
tratamento você terá ido à China e voltado, pelo menos unas duas ou três vezes.
- Não tem problema, eu vou.
- É lá em Natal, eu conheço
uma pessoa e vou falar com ele pra saber se pode lhe atender.
E, ela começou a fazer o
tratamento lá, com três semanas ela já tinha praticamente voltado às suas
atividades, com quase dois meses de tratamento um dia um companheiro... no
começo a gente não deixa todo mundo por a mão, ainda mais ela o caso sendo
grave e morando longe, se complicar fica difícil você resolver algum problema,
mas ela já estava bem , já estava quase indo para o nível 2, que você passa do
1 para o dois a medida que você vai melhorando (se referindo aos níveis do
tratamento de TDM I, TDM II e TDM III). E um companheiro, que nunca tinha
aplicado passes nela, aplicou naquele dia, ela saiu foi embora.
Nosso passe lá é na
quarta-feira pela manhã, na sexta-feira à noite ela me telefonou:
- Jacob, me desculpe lhe
telefonar, mas estou péssima, não agüento mais.
- O que foi que houve?
- Na quarta-feira quando saí
daí já comecei sentir unas coisas estranhas no caminho, quando foi chegando
perto da cidade onde moro tive vontade de mandar parar o carro e voltar porque
não queria nem entrar na cidade. Mas eu não podia estar tão pior daquele jeito.
E vim para casa e não consegui mais sair de casa para canto nenhum. Pensei deve
ter sido alguma coisa, fiz um Evangelho.
Disse ela que rezou muito,
tomou remédio para dormir e na quinta-feira amanheceu pior, e passou a
quinta-feira rezando, pedindo ajuda a todos os Espíritos, e não melhorou e
esperou na certeza que no outro dia estaria melhor. E na sexta-feira o dia foi
pior ainda, e ela disse:
- Jacob, estou num ponto
agora que não posso ficar. Do jeito que estou, nunca estive tão pior na minha
vida como estou agora, nem quando que fui para aí... eu não agüento esperar
quarta-feira. Eu não sei o que você pode fazer por mim, mas você vai ter que
fazer alguma coisa, na minha vida piorou tudo nesses três últimos dias,
distruiu tudo. Eu vou fazer o que agora?
- Meu Deus, o que eu vou dizer
para essa mulher?
Eu ia viajar de manhã para
fazer um seminário, não podia ir à sua cidade, e nem tinha naquela hora como
encontrar uma pessoa para ir lá. Me lembrei que tinha um companheiro que fez dois seminários comigo que mora
naquela cidade.
Disse a ela que iria dar um
retorno, procurei, localizei e pedi que ela fosse. Relembrei do TDM I, ele
lembrou tudo, mas ele já sabia e disse a ela:
- Olha você vai fazer isso!
E ele foi para lá. Eu pedi
que me retornasse a não ser que ele achasse que não precisaria. Ele não
retornou, viajei no sábado de manhã. Na segunda de manhã escrevi para ela, que
disse:
- Olha, graças a Deus você
mandou o rapaz aqui, você não sabe o que ele tirou de mim. Já na sexta-feira já
dormi tranqüila e no sábado já estava quase tudo bom, ele veio no sábado fez
outro passe, quando saiu tinha acabado tudo. Estou perfeita.
Como ela estava melhor,
procurei saber, examinei o que ela fez depois do passe, se comeu alguma coisa
ruim, as idéias que ela teve... tentei apurar a culpabilidade dela para saber
até que ponto o paciente também pode ter responsabilidade no processo. Lá no
LEAN, que é a nossa Instituição, nós trabalhamos com fichas, temos duas fichas
para cada paciente, uma para entrevista e para anotar os dados, anota-se o que
ele está sentindo e o que ele está querendo, essa ficha fica no que nós
chamamos setor de entrevistas. E é feito uma outra ficha só com o nome e a
idade para a gente identificar, se for caso de depressão a gente coloca uma
tarja amarela, porque pode ser que uma depressão não identificada e aí vi fazer
uma terapia diferente. No passe; você recebe o passe, quando sai do passe, o
passista pega a sua ficha, a ficha que nós chamamos a ficha do passista, e lá
ele escreve tudo que ele fez. E nós batemos muito que não podem ser omitidos
dados, nem informações, tem que colocar tudo, para que a gente possa ter
segurança nas avaliações. E um dia na semana a gente pega todas as fichas, de
todos os pacientes e confronta, existe uma equipe para confrontar, para a gente
poder tirar tudo que é possível e necessário dentro do sistema.
Naquele passe que ela recebeu
daquele moço, naquele dia ele disse: fiz um TDM I, dispersei bastante o
esplênico, mas no final eu tive uma intuição...
Ela pagou a conta da
intuição, quem pagou foi ela. Foi falta de merecimento? Porque ela deveria
passar por aquilo? O que houve? Impropriedade do passista, porque ele sabe que em TDM I não é permitido fazer qualquer tipo de
concentrado fluídico; ele fez! Pena que não foi ele quem pagou a conta, quem
pagou foi o paciente. E o ideal era que ele tivesse saído de casa e tivesse ido
lá atender para saber que a gente tem que ter ação para corrigir os erros.
Então, são coisas complexas, porque às vezes como disse na palestra, a gente
pensa que os Espíritos vão fazer tudo e que basta vontade, amor e oração que
tudo fica bem e não é assim! Em determinados casos específicos a gente precisa
saber o que está fazendo e com segurança.
No caso da depressão esse é
um ponto gravíssimo, a mim me espanta muito, porque eu sofri depressão, quem
não sofreu depressão não sabe o que é depressão e nem vai saber nunca, nem
queira saber. Você pode fazer psiquiatria, pode se especializar em depressão,
mas se você não sofrer o mal você não tem como avaliar o que é uma depressão. É
algo simplesmente terrível, é monstruoso. Então eu, particularmente, sou
rigorosamente exigente. Não trate uma pessoa de depressão se você não sabe o
que vai fazer, porque você pode piorar o quadro. E tem muito Centro Espírita
que tem pacientes com depressão que eles vão uma, duas vezes e desaparecem, e a
gente não vai atrás e não sabe por que ele desapareceu. Desapareceu porque
piorou, e ele não agüenta a piora e vai embora. Então o que não se deve fazer:
Não estar em depressão, não saber o que fazer, e, sobretudo ter magnetismo para
poder circular bem esses fluidos.
Porque muitas vezes as
pessoas pensam que é só movimentar as mãos; se fosse só movimentar as mãos a
gente pegava pequenos ventiladores e resolveria muito melhor.
O problema não é o movimento
só por ele, o problema é que quando você movimenta você circula as energias, e
no caso do depressivo é onde melhor se associa a analogia com uma hemodiálise,
a doação de fluidos numa depressão é baixa, mas a circulação é alta. Então, ela
está totalmente congestionada com depressão, quando eu começo a fazer os
dispersivos os fluidos que estão congestionados vem (se referindo ao passista)
e voltam (paciente) repetidas vezes. Porque na verdade estamos renovando todo
um circuito para que isso num dado momento volte a funcionar bem. E agora bem
especifico para vocês de Fernandópolis, tem uma observação mais recente que não
está no livro ainda, que em alguns casos de depressão mais grave é preciso além
do esplênico ter um olho clínico em cima do fígado. Normalmente as pessoas
perguntam: mas o esplênico não administra o fígado? Administra. Portanto, você
trabalhando o esplênico teoricamente era para o fígado estar reagindo, mas já
tivemos casos que... não foi nem um, dois... mas alguns, em que você trabalha o
esplênico exaustivamente e o fígado é como se ele não tivesse qualquer conexão
com o esplênico, e, se a gente não verifica o tratamento começa a ficar lento,
moroso e a gente não sabe aonde vai parar. Então, apesar que não é devido no
início fazer tato magnético em depressivos, a partir de um dado momento, quem
já leu essa edição mais recente que fala de como transitar do TDM I para o TDM
II, vejam que naquele transito vai ter um momento que a gente começa a fazer
tato magnético, começa examinando os fluidos que são colocados no esplênico, se
eles circulam até o fígado, se não circularem trabalhem o esplênico e o fígado,
porque enquanto o fígado não entrar no sistema o progresso fica estacionado.
São experiências, que por isso eu digo são pesquisas, cada dia vai surgindo mais
coisas. Um dia uma pessoa reclamou, quando saiu essa nova edição do livro, mas
o antigo... e como fica agora? A gente vai ter que comprar outro? Eu digo, é
que lamentavelmente são livros de pesquisa e como a pesquisa não pára o assunto
cresce. E não é uma pesquisa individual é uma pesquisa de vários grupos no
Brasil e fora do Brasil trabalhando isso. E, de repente um grupo descobre que
tem uma eficiência, uma ineficiência ou uma necessidade e a gente se comunica e
na hora que comunica, um experimenta, um faz, um confirma, um nega, até a gente
começar a ter retorno, então, vocês de Fernandópolis, observem casos que
estacionam, aquele bendito cifão que eu falei (se referindo à fala da palestra)
nos casos dos depressivos, em alguns casos são a quebra de relação entre o
fígado e o sistema, que não era para existir, mas existe, que eu
particularmente não entendo por que.
É como se toda a energética
que vem, quando ela chega aqui em cima no pâncreas, parece que o pâncreas isola
e a partir daí o fígado já não interage. Então, nesses casos a mesma coisa que
se faz no esplênico, vai ter que se fazer agora no fígado. Aumenta um pouco
mais o tempo de trabalho, na sessão, mas se trabalhar bem , a gente está
girando aí de três a quatro sessões para que o fígado volte a se estabilizar no
sistema. E você observa que a partir daí o paciente começa a ter ganhos de
qualidade no tratamento.
4- Como utilizar as técnicas do TDM para
tratar os médiuns ostensivos que apresentam depressão e fadiga fluídica? E
esses médiuns devem se afastar doa trabalhos mediúnicos durante o tratamento?
Jacob- Nos
trabalhos mediúnicos depende da função. Tem trabalhos mediúnicos em que você é
apenas doador fluídico, nesse caso você tem que sair. Se você é doador
fluídico, sai! Você não está tendo fluido nem para se manter, como vai doar?
E isso eu digo de cátedra,
porque numa época que eu trabalhei em reuniões mediúnicas, por muitos anos, eu
era o sustentador magnético, e só descobri isso depois, porque na época eu era
relativamente jovem. E as vezes em que eu faltava a reunião não acontecia, e
tinha reunião que eu não dava uma única palavra, então, que ausência era essa
minha? Porque eu não estando não acontecia? Eu era a grande usinagem da
manutenção da reunião, era minha; quando eu me afastava não tinha energia para
gerir o processo. Eu, se fosse o caso em depressão ou em fadiga, teria que
sair, porque como usinar, se você não tem?
Se você está na área da
manifestação psicofônica ou incorporação e isso também lhe exaure muito
fluidicamente, é melhor sair. Mas, precisa ver caso a caso, porque tem pessoas
que faz todo o processo de incorporação, mas não tem perda fluídica, esses não
teriam problema, em tese. Mas,
quem tem perda fluídica no momento da manifestação, o ideal é que se afaste.
E, os passistas dos
mediúnicos não podem ser fadigados nem portadores de depressão.
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