Armand Jacques Chastenet de Puységur, ou simplesmente Marquês
de Puységur (1751 – 1825), foi um dos maiores seguidores de Mésmer e de grande
importância no desenvolvimento da ciência magnética.
Era um homem de posses e, tendo abraçado o Magnetismo com
abnegação de quem realmente entendeu o seu significado e alcance, passou a
atender a pobreza de forma gratuita, com espírito beneficente.
Assim como o mestre
Mésmer, Puységur, tendose retirado para as terras de sua propriedade em Buzancy,
parto de Soissons, também utilizava uma árvore, antiga e verdejante, com um
córrego lateral, de cujos galhos partiam cordas, com as quais a multidão,
sentada em bancos, enlaçava a parte doente de seus corpos e se curava.
Muitos referem o titulo de descobridor do sonambulismo a
Puységur porém, Mésmer já o conhecia, sabedor que era de todo o desdobramento possível
do Magnetismo Animal. Deve-se ao Marquês de Puységur, entretanto, o primeiro
uso do sonambulismo como “... instrumento para o diagnóstico das enfermidades,
prescrição do tratamento e previsão da cura, por meio dos extraordinários
efeitos da lucidez sonambúlica”(Paulo H. de Figueiredo, 2005).
As técnicas utilizadas para O tratamento eram aquelas
aprendidas com Mésmer, no entanto, seus pacientes não entravam em convulsões
mas, em crises mais suaves eu mesmo dormiam. Nem todos os pacientes detinham a
faculdade do sonambulismo, porém aqueles que a possuíam bastava, muitas vezes,
tocar um dos doentes para dizer-lhe a enfermidade de que sofria, o órgão afetado, o tratamento a ser seguido,
além da duração deste. Possuíam ainda a dupla vista, a visão à distância e a
leitura do pensamento. Conforme explicações de Allan Kardec, algumas dessas
informações poderiam ser fornecidas pelos Espíritos aos sonâmbulos, que as
retransmitiam.
Vejamos, pelas palavras do próprio Marquês, o modo inesperado
como o mesmo chegou a tomar contato como sonambulismo: “Era um camponês, homem de 23 anos, acamado
fazia quatro dias, por efeito de urna pneumonia. Eu ia vê-lo. A febre e acabava
de diminuir. Após fazê-lo levantar, eu o
magnetizei. Qual foi a minha surpresa vê-lo
no fim de um quarto de hora adormecer, calmamente, em meus braços, nem
convulsões nem dores! Ele falava e se ocupava bem de seus misteres. Quando eu
supunha que suas ideias deviam afetá-lo
de forma desagradável, eu as detinha e procurava inspirar-lhe outras mais
agradáveis. Para isso ou não precisava de grandes esforços e, então, eu o via
contente, imaginando tirar um premio, dançar numa festa, etc.” “... Segundo
ele, não é necessário que eu toque todos
os doentes: um olhar, um gesto, uma vontade é o bastante; e é um camponês, o
mais limitado do país, que me ensina isso. Quando ele entra em crise, não conheço
nada mais profundo, mais prudente e mais clarividente do que ele." (Ernest
Bersot)
Chastenet de Puységur viveu mais de 70 anos dedicado, até
onde pôde, à cura dos seus doentes, manifestando na pratica o poder do
magnetismo aliado à vontade de quem realmente deseja ajudar.
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