MAGNETISMO
e ESPIRITISMO
YONARA
ROCHA / EUA
Durante uma
pesquisa que realizei nos Estados Unidos sobre o Magnetismo, encontrei vários livros
traduzidos do francês para o inglês acerca do assunto. Comecei aí, então, minha
“expedição” no Mundo do Magnetismo: li livros do Barão du Potet, Deleuze e
Puységur, e fiquei surpresa, maravilhada com a quantidade de conhecimento
espírita existente nessas obras.
Tudo
começou com o despertar da minha curiosidade em relação à palavra passe. Estava
eu preparando o material para um curso de passistas em nossa Casa Espírita, e
mais uma vez me surpreendi com o que encontrei: constatei que a palavra foi
criada por Mesmer (o “pai” do Magnetismo).
Ora, usamos
essa palavra constantemente nos Centros Espíritas e a grande maioria de nós sem
saber sua origem e significado. Usamos porque Kardec era um magnetizador e o
passe é uma técnica da Ciência do Magnetismo.
Depois do
contato com essas obras, resolvi reler as Obras Básicas do Espiritismo e também
a Revista Espírita. Só aí pude compreender realmente ao que os Espíritos se
referiam quando falavam do magnetismo e do sonambulismo.
Fiquei
encantada! (Fica aqui o convite para que façam o mesmo).
Não sei bem
o porquê das informações sobre Magnetismo não terem chegado ao Brasil, mas posso
dizer que podemos resgatar essa informação e ampliar o nosso conhecimento e prática
espíritas.
Os
magnetizadores usavam a clarividência como método de diagnóstico, muito embora
não tivessem uma explicação racional do fenômeno. E da forma como eles se
utilizavam dessa técnica, além de muito eficiente, não deixava nenhuma sombra
de dúvida sobre a veracidade desse fenômeno, já que tapavam os olhos do chamado
sonâmbulo e mesmo assim este era capaz de ver as pessoas, ler textos, etc..
Os sonâmbulos
tinham a capacidade de ver o problema do doente e até marcavam a data em que a
cura se efetuaria, e de fato a cura acontecia no tempo previsto.
Eles também
previam, se esse fosse o caso, a morte daquele paciente.
A
preocupação dos magnetizadores em relação à curiosidade e ao mau uso do
Magnetismo sempre esteve presente, e é facilmente encontrada nesses livros, já
que havia aqueles que queriam se utilizar dessas técnicas criando o fenômeno e formando
verdadeiros espetáculos dignos de um circo.
Talvez isso
tenha atrapalhado a expansão e impedido o desenvolvimento do Magnetismo.
“Somente magnetize
com a intenção de curar e jamais para fazer apenas demonstrações.” – advertiam os
grandes magnetizadores.
Em um dos
últimos livros do Barão de Du Potet intitulado Magnetismo e Mágica, os
resultados obtidos por ele eram tão surpreendentes e novos, que o Barão du
Potet não soube como explicar de uma outra maneira que não fosse mágica!
Faltaram-lhe
palavras para descrever os fenômenos por ele constatados. E o interessante é
que esses fenômenos, com grande potencial e de grandes resultados, eram
provocados, e não se davam de maneira natural como são esperados na Casa
Espírita.
Aí nos
questionamos: será que se estudássemos, buscássemos conhecer e utilizássemos
essas técnicas que os magnetizadores usavam para exercer a mediunidade,
seríamos médiuns mais eficientes? Será que se aplicássemos passes como os magnetizadores
aplicavam obteríamos mais curas? Acredito que sim, porque eles conseguiam curas
admiráveis. Curavam paralíticos, surdos, epilépticos e muitos outros, com
confirmação científica. Kardec com certeza as utilizou; ele chamava de médiuns
sonâmbulos.
As casas
espíritas que já estudam e aplicam o magnetismo estão tendo resultados
formidáveis, comprovando a sua eficácia.
Vejamos o
que nos diz Allan Kardec a esse respeito:
“Quando
apareceram os primeiros fenômenos espíritas, algumas pessoas pensaram que essa descoberta
(se se pode aplicar-lhe esse nome) iria dar um golpe fatal no Magnetismo, e que
ocorreria com ele como com as invenções, das quais as mais aperfeiçoadas fazem
esquecer a precedente. Esse erro não tardou em se dissipar, e, prontamente, se
reconheceu o parentesco próximo dessas duas ciências. Todas as duas, com
efeito, baseadas sobre a existência e a manifestação da alma, longe de se combaterem,
podem e devem se prestar um mútuo apoio: elas se completam e se explicam uma
pela outra.”
Mais
adiante Kardec faz o seguinte esclarecimento:
“Os adeptos
do Espiritismo, ao contrário, são todos partidários do magnetismo; todos
admitem a sua ação e reconhecem nos fenômenos sonambúlicos uma manifestação da alma.”
(Revista Espírita - 1ª edição - mês de março).
Infelizmente,
na vinda do Espiritismo ao Brasil, o Magnetismo se perdeu, essa ciência tão conhecida,
estudada e desenvolvida na França, foi esquecida ou ignorada em território
brasileiro.
Já com esse
conhecimento, deveríamos seguir nosso Codificador, pois foi ele mesmo quem afirmou
que a base do Espiritismo é o Magnetismo.
Assim
sendo, mãos à obra!
Vamos estudar,
pesquisar, questionar e finalmente ampliar o nosso conhecimento, o nosso potencial
como trabalhadores espíritas.
Terminamos
com mais um trecho desse artigo e uma alertiva colocação de Allan Kardec:
“Se
devêssemos ficar fora da ciência magnética, nosso quadro estaria incompleto, e
se poderia nos comparar a um professor de física que se abstivesse de falar da
luz.”
JORNAL
VORTICE ANO II, n.º 03 - agosto/2009
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