Conhecer e
Estudar o Magnetismo
Por Jacob
Melo
O
comentário que faz Allan Kardec à questão 555 de O Livro dos Espíritos é norte
inflexível de uma verdade tão grave como séria, tão relevante como indubitável;
e ele não poderia ter sido mais enfático e firme do que deixou registrado nessa
obra ímpar:
“O Espiritismo e o
magnetismo nos dão a chave de uma imensidade de fenômenos sobre os quais a ignorância teceu um sem-número de fábulas,
em que os fatos se apresentam exagerados
pela imaginação. O conhecimento lúcido dessas duas ciências que, a bem dizer,
formam uma única, mostrando a realidade das coisas e suas verdadeiras causas,
constitui o melhor preservativo contra as idéias supersticiosas, porque revela
o que é possível e o que é impossível, o que está nas leis da Natureza e o que
não passa de ridícula crendice”. (grifei).
Como nos
propomos ser espíritas, será que cabe deixar o Magnetismo à reboque, como algo dispensável
e menor? Estaria Allan Kardec equivocado nesse item? Por toda experiência que tenho
– mais de 45 anos estudando o assunto – não consigo descobrir qualquer equívoco
dele nem como largar o Magnetismo ao ostracismo, ao esquecimento, ao descaso.
Percebo sim que temos perdido um tempo enorme, uma potência espetacular, por
deixar tão magno assunto de lado. Tudo isso nos tem levado à ingênua e vã
tentativa de transformar fábulas em ciências exatas; o exagêro da imaginação
evidentemente nos arremete ao não estudo e ao desconhecimento da realidade;
superstições brotando vigorosas em nosso meio, sem que quase nada seja feito
para iluminar mentes e corações ávidos por ajudas, bênçãos e luzes, reforçam o
alto preço que estamos pagando; e isso culmina por nos apresentar como
criaturas ridículas já que nos dizemos filósofos, cientistas e religiosos,
porém cheios de crendices insustentáveis.
Será que
escrevi de forma dura? Basta reler o texto acima e facilmente se perceberá que
a dureza reside em nossa acomodação, na maneira pouco elogiosa com que temos
nos comportado ante a base espírita.
Ou será que
essas duas ciências, Espiritismo e Magnetismo, não formam, de fato, uma base homogênea,
um chassis que une todos os componentes do veículo de nossos saberes por se desvendarem
e se firmarem?
Se Allan
Karde estava – e está – correto, então é mais do que urgente que voltemos a
estudar o Magnetismo.
Na
introdução do mesmo livro básico mencionado acima, em seu item 8, ele
pedagogicamente nos orienta:
“O que caracteriza um
estudo sério é a continuidade que se lhe dá. Será de admirar que muitas vezes
não se obtenha nenhuma resposta sensata a questões de si mesmas graves, quando propostas
ao acaso e à queima-roupa, em meio de um aluvião de outras extravagantes?
Demais, sucede
freqüentemente que, por complexa, uma questão, para ser elucidada, exige a solução
de outras preliminares ou complementares.
Quem deseje tornar-se
versado numa ciência tem que a estudar metodicamente, começando pelo princípio
e acompanhando o encadeamento e o desenvolvimento das idéias”.
Interessante
é que a primeira frase desse trecho costuma ser muito repetida entre nós, os espíritas,
mas raramente se vai até o ponto acima anotado. Por que será? Teremos receio de
alguém nos perguntar sobre o que seria preliminar e complementar ao estudo
básico do Espiritismo? Por outro lado, se queremos mesmo manter, preservar e
até ampliar a feição de ciência do Espiritismo, por qual princípio iniciaremos
nossos estudos e como encadearemos nossas pesquisas, os avanços necessários, o
desenvolvimento desse manancial de instruções?
Não, não
preciso escrever muito para dizer que estamos devendo a Kardec e aos Espiritos Superiores
melhor empenho e mais observação aos fenômenos que nos circundam e instigam.
Por isso
mesmo quero concluir com mais uma rápida referência dele, no mesmo LE, na questão
455:
“Para o Espiritismo, o
sonambulismo é mais do que um fenômeno psicológico, é uma luz projetada sobre a
psicologia. É aí que se pode estudar a alma, porque é onde esta se mostra a descoberto”.
E então, o
que será, de verdade e verdadeiro, que ele quis dizer com isso? Estaremos mesmo
buscando estudar a alma? E como fazê-lo sem o Magnetismo, sem o sonambulismo,
sem o Espiritismo?
Amigos e
irmãos: reflitamos sobre tudo isso com isenção.
Postado no
Seak
Nenhum comentário:
Postar um comentário