O Tato Magnético
e a Ficha de Atendimento
Roberto
Teixeira
Sabemos que a sensibilidade do passista em
relação ao tato magnético e ao passe como um todo, está diretamente relacionada
a fatores tais como: disposição orgânica, sintonia fluídica, equilíbrio emocional
do passista, concentração, condições apropriadas do ambiente para aplicação do
passe, etc.
Ouvimos frequentemente que vontade firme e
confiança são determinantes para que o passista possa superar eventuais
adversidades que ocorram durante a terapia.
Trabalhando com o passe magnético misto, na
SEEVIDA (Sociedade de Estudos Espíritas Vida) em algumas situações de
atendimento não identifiquei por intermédio do tato magnético, absolutamente nada
no campo magnético de pacientes que atendi e, até em situações de desordem
asseverada, algumas vezes nada constatei pela técnica. Hoje entendo
perfeitamente que o exercício contínuo deste tipo de diagnóstico é necessário
para aprimorá-lo cada vez mais. Sempre procuro levar em consideração o que
aprendi e aprendo sobre o magnetismo, mas, sinceramente durante algum tempo - mais
precisamente no início do meu trabalho prático - algumas dúvidas em relação ao
tato magnético costumavam me ocorrer, tais como: se nada sentir por intermédio
do tato magnético e nem um sinal em minha constituição orgânica ou em meus
centros de força for percebido no momento de aplicar o passe, o que fazer? Como saber qual o centro de força ou órgão
precisa ser tratado? Devo confiar apenas
no relato do paciente? É seguro e correto
aplicar o passe baseado apenas na intuição?
Insensibilidade no tato magnético ou pouca
sensibilidade me descredencia a ser um passista ou um bom passista? Devo
desistir do atendimento nessas circunstâncias?
Grandes nomes do magnetismo terapêutico, sabemos,
possuíam aprofundados conhecimentos de medicina (alguns eram médicos).
Portanto, a identificação dos males que acometiam seus pacientes, tratados com
o passe, deduz-se, eram identificados também com o aporte desses seus conhecimentos médicos.
O trabalho de passe, que é efetuado na Casa
Espírita é voluntário e, apesar dos cursos preparatórios e esforço individual dos
passistas no aprimoramento sobre o assunto, não há como fazer comparações entre
estes e os primeiros.
Os questionamentos aqui colocados, talvez
encontrem respostas num procedimento importante e bastante simples,
procedimento este que tem sido observado na SEEVIDA desde sempre e com
excelentes resultados: a FAP (Ficha de Atendimento do Passe).
Se pegarmos como exemplo um paciente
que chega para o passe e que sofre de uma labirintopatia (labirintite),
chegando ele à sala de atendimento, não entrando em maiores detalhes sobre o
problema com o passista – nas cabines de
passe o silêncio deve imperar -, não havendo afinação com alguma daquelas
pré-disposições necessárias para o passe, percebendo o passista pouco ou nada
pelo tato magnético, tendo o paciente como causa primeira de sua labirintite
uma disfunção da glândula tireoide e isso não sendo detectado no momento do
passe, o passista sabendo da labirintite apenas por comentário feito pelo
atendido antes de iniciar o passe, pela lógica tratará unicamente este problema
(labirintite) que na realidade, no caso, seria apenas uma consequência da
disfunção da tireoide, ou seja, combaterá o efeito e não a causa.
O uso de medicamentos, não é novidade, também
pode causar sintomas que possivelmente venham a ser percebidos pelo passista no
momento do passe e, mais uma vez não tendo informações mais precisas,
possivelmente tratará o efeito, ignorando a causa.
A FAP (Ficha de Atendimento do Passe) é um
fator considerado pela SEEVIDA como fundamental no tratamento pelo passe
magnético. Ali são contidas informações absolutamente necessárias para todos os
estágios do tratamento, além de ser fonte de pesquisa e estudo. Quando o
candidato ao passe é entrevistado (ato inicial de preenchimento da FAP),
responde a questões que ajudam e muito o passista que o atenderá: dados
pessoais, informações sobre o uso de medicamentos, tratamentos médicos,
apresentação de exames etc.Além dos propósitos já citados, a FAP também
consegue detectar o que chamaremos autodiagnóstico, que é quando o paciente diz
estar sofrendo de uma suposta enfermidade, não tendo nenhum embasamento médico,
exame clinico ou outro qualquer que possa confirmar a situação. São pessoas que
não tem ideia das implicações de um tratamento pelo passe magnético. Alegam
muitas vezes serem acometidas por enfermidades extremamente graves como
depressão, por exemplo.
Afirmações inverídicas e que precisam ser
filtradas antes que se corra o risco de dar início a um atendimento que será equivocado
e prejudicial em todos os sentidos.
Entendemos, que se alguém com problemas, ou
não, procurar pelo passe sem ter antes ido ao médico, deverá logicamente receber
o atendimento. Afinal quem nos garante que essa pessoa não foi encaminhada pela
Espiritualidade ao passe, para que lá receba um alerta de que algo está errado
com sua saúde, levando-se em conta o laudo do passista. E é lógico, que sendo a
transfusão fluídica uma terapia ainda considerada complementar, e como tal, não
tem por finalidade competitividade com outros tratamentos, detectando-se alguma
alteração durante o passe, nossa obrigação é orientar os pacientes para que,
paralelamente à fluidoterapia, procurem acompanhamento médico. Se por outro
lado nada de “anormal” for notado pelo passista, o atendido deverá ser
esclarecido da não necessidade de ir adiante com mais atendimentos.
Para que os passistas desenvolvam seu tato
magnético e evitem ficar na dependência da consulta na ficha de atendimento, os
coordenadores do trabalho de passe podem encaminhar os novos pacientes para que
sejam examinados através do tato magnético, por vários passistas,
individualmente, antes que tenham acesso à ficha destes pacientes. Os pareceres
sendo registrados e posteriormente comparados uns com os outros, evidenciarão o
nível de sensibilidade e precisão de cada passista.
A FAP é sinônimo de organização. É documento
comprobatório dos resultados dos tratamentos. Serve ao intercambio de
conhecimentos entre os grupos de trabalho de passe. Enfim, norteia a
fluidoterapia na Casa Espírita em todos os sentidos. Por todos os motivos aqui
citados, fica a sugestão para um olhar mais atento por parte dos grupos de
Magnetismo sobre esta importante ferramenta de trabalho.
JORNAL
VÓRTICE ANO V, n.º 07 - dezembro -
2012
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