Mensagem de Mesmer a REVISTA ESPÍRITA Janeiro de 1864
“Existindo no homem em diferentes graus de desenvolvimento,
em todas as épocas, a vontade tem servido tanto para curar quanto para aliviar.
É lamentável sermos obrigados a constatar que, também, foi a fonte de muitos
males, mas é uma das consequências do abuso que, muitas vezes, o ser faz do
livre arbítrio. A vontade desenvolve o fluido, seja animal, seja espiritual,
porque, como sabeis agora, há vários gêneros de magnetismo, em cujo número
estão o magnetismo animal e o magnetismo espiritual que, conforme a ocorrência,
pode pedir apoio ao primeiro. Um outro gênero de magnetismo, muito mais
poderoso ainda, é a prece que uma alma pura e desinteressada dirige a Deus.
A vontade muitas vezes foi mal compreendida. Em geral aquele
que magnetiza não pensa senão em manifestar sua força fluídica, derramar o seu
próprio fluido sobre o paciente submetido aos seus cuidados, sem se preocupar
se há ou não uma Providência que se interesse pelo caso tanto ou mais que ele.
Agindo só não pode obter senão o que a sua força, sozinha,
pode produzir, ao passo que os médiuns curadores começam por elevar sua alma a
Deus e a reconhecer que, por si mesmos, nada podem. Fazem, por isto mesmo, um
ato de humildade, de abnegação; então, confessando-se demasiado fracos, Deus,
em sua solicitude, lhes envia poderosos socorros, que o primeiro não pode
obter, já que se julga suficiente para a obra empreendida. Deus sempre
recompensa a humildade sincera, elevando-a, ao passo que rebaixa o orgulho.
Esse socorro que envia são os Espíritos bons, que vêm penetrar o médium de seu
fluido benfazejo, o qual é transmitido ao doente. Também é por isto que o
magnetismo empregado pelos médiuns curadores é tão potente e produz essas curas
classificadas de miraculosas, e que são devidas simplesmente à natureza do
fluido derramado sobre o médium; enquanto o magnetizador ordinário se esgota,
muitas vezes inutilmente, em dar passes, o médium curador infiltra um fluido
regenerador pela simples imposição das mãos, graças ao concurso dos Espíritos
bons. Mas esse concurso só é concedido à fé sincera e à pureza de intenção.”
Mesmer (Médium: Sr. Albert)
JORNAL VÓRTICE ANO V, n.º 07 - dezembro - 2012
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