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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Barão Jules Denis Du Potet de Sennevoy



Barão Jules Denis Du Potet de Sennevoy

(1796-1881)

Um grande expoente do estudo do magnetismo animal, no século XIX, na França.
Du Potet começou seus experimentos em 1821 e registrou-os no “Le Propagateur du Magnétisme animal”, jornal que fundou em 1827, e no “Journal de Magnétisme”, fundado também por ele em 1845 e em atividade até 1861, sendo posteriormente reativado por Hector Durville.
Logo o barão se mostrou um magnetizador extremamente eficaz, e quando Dr. Husson, que trabalhava no Hospital de Hotel-Dieu, de Paris, estava procurando alguém para ajudá-lo com seus experimentos de sonambulismo magnético, Du Potet foi escolhido.
Desenvolveu um sistema chamado “magnetismo mágico”, que revisava a doutrina tradicional do magnetismo de um fluido magnético universal, incorporando-lhe a antiga noção de um poder espiritual universal, que servia de base para a “mágica natural”. Esta concepção, muito diferente da visão mecânica de Mesmer, considerou o magnetismo como uma ponte entre o espírito e a matéria, ou entre corpo e alma. Na visão de Du Potet, os mesmeristas que reconheciam a verdadeira natureza do magnetismo poderiam produzir “mágicas”, com curas milagrosas e vários outros fenômenos.
O barão afirmava ter descoberto no magnetismo animal a “mágica da antiguidade”. Fenômenos de aporte, resistência ao fogo, levitação de corpos humanos e comunicações com Espíritos foram freqüentemente observados e estudados por ele. Em visita a Inglaterra, apresentou estes fenômenos ao Dr. John Elliotson, primeiro expoente do magnetismo animal na Grã Bretanha. Durante anos Du Potet escreveu uma série de livros que mantiveram o tema do magnetismo animal em constante debate na França.
Antes, porém, em Paris, o Magnetismo também atrairá a atenção do pedagogo, homem de ciências, Professor Hippolyte Léon Denizard Rivail (Allan Kardec). Consoante o Prof. Canuto Abreu, em sua célebre obra O Livro dos Espíritos e sua Tradição Histórica e Lendária, Rivail integrava o grupo de pesquisadores formado pelo Barão Du Potet (1796-1881), adepto de Mesmer, editor do Journal du Magnétisme e dirigente da Sociedade Mesmeriana. À página 139 dessa elucidativa obra, depreende-se que o Prof. Rivail freqüentava, até 1850, sessões sonambúlicas, onde buscava solução para os casos de enfermidades a ele confiados, embora se considerasse modesto magnetizador.
Os vínculos, do futuro Codificador da Doutrina Espírita, com o Magnetismo, ficam evidenciados nas suas anotações intimas, constantes de Obras Póstumas, relatando a sua iniciação no Espiritismo, quando em 1854 interessa-se pelas informações que lhe são transmitidas pelo magnetizador Fortier, sobre as mesas girantes, que lhe diz: "parece que já não são somente as pessoas que se podem magnetizar"..., sentindo-se à vontade nesse diálogo com o então pedagogista Rivail. São dois magnetizadores, ou passistas, que se encontram e abordam questões do seu íntimo e imediato interesse.
Mais tarde, ao escrever a edição de março de 1858 da Revista Espírita, quase um ano após o lançamento de O Livro dos Espíritos em 18.04.1857, Kardec destacaria: "O Magnetismo preparou o caminho do Espiritismo"(...). Dos fenômenos magnéticos, do sonambulismo e do êxtase às manifestações espíritas (...) sua conexão é tal que, por assim dizer, é impossível falar de um sem falar de outro". E conclui, no seu artigo: "Devíamos aos nossos leitores esta profissão de fé, que terminamos com uma justa homenagem aos homens de convicção que, enfrentando o ridículo, o sarcasmo e os dissabores, dedicaram-se corajosamente à defesa de uma causa tão humanitária
É o depoimento inconteste do valor e da profunda importância da terapia através dos passes, e, mais tarde, em 1868, ao escrever a quinta e última obra da Codificação, A Gênese, abordaria ele a "momentosa questão das curas através da ação fluídica", destacando que todas as curas desse gênero são variedades do Magnetismo, diferindo apenas pela potência e rapidez da ação. O princípio é sempre o mesmo: é o fluido que desempenha o papel de agente terapêutico, e o efeito está subordinado à sua qualidade e circunstâncias especiais.
Os passes têm percorrido um longo caminho desde as origens da humanidade, como prática terapêutica eficiente, e, modernamente, estão inseridos no universo das chamadas Terapêuticas Espiritualistas.
Tem sido exitosa, em muitos casos, a sua aplicação no tratamento das perturbações mentais e de origem patológica. Praticado, estudado, observado sob variáveis nomenclaturas, a exemplo de magnoterapia, fluidoterapia, bioenergia, imposição das mãos, tratamento magnético, transfusão de energia-psi, o passe vem notabilizando a sua qualidade terapêutica, destacando-se seus desdobramentos em Passe Espiritual (energias dos Espíritos), Passe Magnético (energias do médium) e Passe Mediúnico (energias dos Espíritos e do médium), constituindo-se, na atualidade, em excelente terapia praticada largamente nas Instituições Espíritas.
Os magnetizadores do passado, já pressentiam o mundo espiritual atuando na magnetização (Deleuze, Du Potet, etc.) Mesmer afirmava que o fluido obedecia a leis mecânicas e que os efeitos eram exclusivamente de ordem física, ao passo que a maioria dos magnetizadores viu nele um fenômeno espiritual, sujeito a leis psíquicas e não físicas.

Obras do autor:

——Du Potet de Sennevoy, Baron. Cours de magnétisme animal. N.p., 1834. 1840.
——Discours sur le magnétisme animal. N.p., 1833.
——Essai sur l'enseignement philosophique du magnétisme. N.p., 1845.
——Exposé des expériences sur le magnétisme animal. N.p., 1821.
——An Introduction to study animal magnetism. N.p., 1860.
——La Magie dévoilée ou principes des sciences occultes. 1852. Translated as Magnetism and Magic. Edited by A. H. E. Lee. London, 1927.
——Manuel de l'étudiant magnétiseur ou nouvelle instruction pratique du magnétisme fondée sur 30 années d'observations. N.p., 1846.
——Traité complet de magnétisme animal. Cours en douze leçons. 4° edition. Paris, Baillière, 1882.



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