Aplicações do
Magnetismo e temas para pesquisa
Adilson
Mota
O Magnetismo,
dentro dos parâmetros descobertos e estudados por Mesmer, é uma vasta ciência
surgida no último quartel do século XVIII e cujos preceitos foram confirmados e
ampliados por Allan Kardec na codificação da Doutrina Espírita.
Tida como
ciência irmã do Espiritismo, conforme diversas referências feitas nas obras
kardequianas, o Magnetismo, além das suas possibilidades de uso para estudos
psíquicos, apresenta amplas aplicações terapêuticas, das quais a maioria hoje é
desconhecida ou não utilizada. Neste artigo, vamos citar algumas formas de
aplicação magnética utilizadas pelos magnetizadores clássicos e que servem
muito para uso na atualidade, seja em instituições espíritas ou não.
O estudo em
análise foi baseado na pesquisa de Michaellus constante da sua obra Magnetismo
Espiritual, onde o trabalho de vários magnetizadores e as suas formas de
utilizar o magnetismo são citados pelo autor.
O livro
Magnetismo Espiritual foi editado em 1959 pela Federação Espírita Brasileira e
escrito por Miguel Timponi, que usou o pseudônimo de Michaellus. Traz noções
resumidas a respeito do Magnetismo e suas técnicas através do pensamento de
diversos magnetizadores clássicos como Puységur, Deleuze, La Fontaine, Aubin
Gauthier, dentre outros.
ÁGUA
MAGNETIZADA
O uso da
água fluidificada ou magnetizada nos centros espíritas tem sido feito em
profusão, por ser a água uma substância barata, fácil de encontrar e de grande
potencial de assimilação e conservação da energia magnética. Esta, por sua vez,
preenche todos os espaços vazios (interstícios) existentes entre as partículas
que formam as moléculas da água. Seu uso interno é bem conhecido e utilizado
como complemento curativo para os mais diversos tipos de doenças físicas,
psíquicas ou espirituais, seja como tonificador, repositor de energias vitais,
laxante, harmonizador das energias dentre muitos outros aspectos das suas
funções que são assumidas de acordo com a necessidade de cada organismo.
Já o seu
uso externo tem sido exíguo.
Da mesma
forma que pela ingestão, a aplicação sobre a pele traz muitos benefícios como
diz Michaellus: “Se o uso interno da água magnetizada produz tão
extraordinários efeitos, o seu uso externo não é menos eficiente. Assim, pode
ela ser aplicada com os melhores resultados nas doenças da pele, como feridas,
erisipelas, dartros, queimaduras, etc., como também nas moléstias dos olhos.”
Os banhos
magnéticos são outra forma de aproveitar os benefícios do magnetismo para
“manter as forças do doente”, auxiliando no restabelecimento da sua saúde.
AUTOMAGNETIZAÇÃO
No meio
espírita, todos já devem ter ouvido falar no autopasse como forma de preservar
a própria saúde. Desde que o indivíduo se encontre em condições harmônicas,
terá condições de tratar em si mesmo problemas localizados e simples. Problemas
mais complexos de saúde ou que envolvam desarmonias emocionais, psíquicas ou espirituais,
merecem ser tratados por um outro magnetizador.
Mesmo tendo
uma atuação limitada, é da opinião dos magnetizadores a sua eficácia e possibilidades
de ajuda própria. Diz Michaellus, citando Aubin Gauthier:
“Devo à
ação magnética, exercida sobre mim mesmo, a conservação de minha saúde muitas
vezes comprometida por longos e penosos trabalhos.”
O mesmo foi
referido por Alphonse Bué:
“Tem ocorrido
comigo mais de cem vezes, e diariamente ainda me acontece, restabelecer assim,
em poucos instantes, as minhas funções perturbadas por qualquer circunstância
fortuita, e é graças à automagnetização, não tenho dúvida, que me tem sido
possível prosseguir, sem um só momento de parada, durante mais de cinco lustros,
em trabalhos bastante penosos e difíceis.”
EFEITO DAS
SUBSTÂNCIAS
Este é um
grande tema para pesquisa por parte dos magnetizadores modernos. Descobrir as
substâncias que, quando utilizadas, podem auxiliar a ação do magnetismo e
aquelas que bloqueiam ou retardam a sua ação. Os magnetizadores clássicos
costumavam orientar os seus pacientes a não fazerem uso de certas substâncias, medicamentos
ou não, que poderiam embotar a sua sensibilidade ou ainda inibir ou lentificar
os efeitos do magnetismo. Michaellus, na obra acima citada, relaciona diversas químicas
que, tendo sido usadas pelo paciente, podem atrapalhar ou mesmo tornar
impossível qualquer cura pelo magnetismo. Relata o autor as palavras do Barão
du Potet:
“Antes de
pretender aliviar os doentes, o magnetismo tem necessidade de eliminar, de expulsar
da circulação esses estranhos produtos de infelicíssima invenção, que tantos
males têm causado à Humanidade”.
Além de
certos produtos que servem de base para medicamentos diversos, temos a bebida
alcoólica, o cigarro e toda espécie de drogas que, tanto atrapalham a
receptividade magnética no paciente quanto desqualificam enormemente as
energias magnéticas do passista, caso faça uso dos mesmos.
Dia
chegará, quem sabe, em que este assunto tendo sido alvo do interesse da
Medicina, e esta sabendo dos efeitos negativos de certas químicas nas energias
vitais dos pacientes, as suprimirá do seu “cardápio” medicamentoso facilitando
ainda ao Magnetismo agir em direção da cura.
EFEITO NAS
SUBSTÂNCIAS
Uma outra
aplicação do Magnetismo que quase não é utilizada e que pode ser valiosa em
determinados casos, é a magnetização dos alimentos e dos medicamentos como um
reforço energético para os enfermos.
“Aconselhável
é, por todos os motivos, a magnetização dos alimentos, quando os doentes, o que
sói acontecer frequentemente, tem por eles repugnância ou intolerância.
O fluido
magnético comunica muitas vezes às substâncias alimentícias e aos remédios uma qualidade
que eles absolutamente não possuíam. Há vários exemplos de pessoas que não
podem tolerar o leite, mas que o bebem impunemente quando magnetizado.” - Michaelus.
Vale
ressaltar aqui o quanto o Magnetismo pode ser útil no caso das aplicações em
medicamentos a fim de aumentar o seu potencial curativo e reduzir os seus
efeitos colaterais.
SONAMBULISMO
Faculdade
imensamente útil e muito utilizada pelos magnetizadores. A este respeito diz
Michaellus:
“Ele [o
sonâmbulo] vê o seu próprio mal, prevê as suas crises e as dos outros, e
anuncia a maneira e a época do termo final.
“Vê a
origem das moléstias e pode indicar os meios mais acertados para curá-las.
“Experimenta
momentaneamente a moléstia das pessoas com as quais foi posta em relação.
“Vê as
radiações magnéticas, vê o fluido escapar-se das extremidades dos dedos do
magnetizador e aponta a este a sua qualidade e força.”
A Doutrina
Espírita nos fornece a teoria do fenômeno do sonambulismo ao explicar que o
sonâmbulo, ao entrar em transe, desprende-se do corpo físico e, fazendo uso
mais livremente das suas capacidades de Espírito, não encontra obstáculos na matéria.
Nem tudo, porém, que o sonâmbulo diz em estado de transe se pode ter à conta de
coisa certa, pois depende do seu desenvolvimento intelectual e moral, desta e
de outras vidas.
Mesmo
assim, pode ser um instrumento terapêutico valioso nas mãos do magnetizador
seja para elaborar diagnósticos, seja para indicar a melhor forma de se tratar
o doente, seja prevendo as fases e o tempo para a sua recuperação.
O sonambulismo
tem ainda outra utilidade, quando o paciente é o sonâmbulo, o qual se torna
mais “...suscetível de receber impressões morais e receber sugestões para
depois do despertar, quando perde a memória dos seus atos e até do recebimento
da própria sugestão, que persiste todavia”, afirma Michaellus, pois “…as
sugestões constituem um eficiente processo na terapêutica magnética para a cura
das moléstias nervosas e psíquicas, sendo empregado com grande êxito para a
reeducação dos indivíduos desviados pelos vícios e pelas más tendências.”
“...o
sonâmbulo, ao entrar em transe, desprende-se do corpo físico e, fazendo uso
mais livremente das suas capacidades de Espírito, não encontra obstáculos na
matéria.”
O
Magnetismo possui estas e outras formas de ser aproveitado para o benefício dos
que sofrem.
Tanto na
obra em questão quanto em outras obras de autoria dos magnetizadores mais antigos
ou mais recentes, encontramos referências a respeito das maneiras como os magnetizadores
utilizavam o Magnetismo a fim de melhor atender às necessidades dos seus pacientes
e de todos aqueles que precisavam readquirir a sua saúde.
Temos, novos
magnetizadores e estudiosos do Magnetismo, uma longa caminhada pela frente, em
que precisamos apresentar o Magnetismo tal qual ele é, com todas as suas
possibilidades e de forma comprovada, a fim de cumprirmos a nossa responsabilidade
de espíritas, através dos resultados, que existe um fluido curativo em cada
pessoa e que pode servir para aliviar e curar as doenças dos nossos irmãos em humanidade.
Jornal Vórtice ANO II, n.º 08, janeiro/2010
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