Entrevista com
Jacob Melo
(Autor de "O
Passe - Seu Estudo, Suas Técnicas, Sua Prática")
Entrevista realizada no canal IRC Espiritismo
Entrevista realizada no canal IRC Espiritismo
Em seu livro Passes e Radiações, Edgard Armond
atribuiu diferentes tipos de passes para a conduta
em centros espíritas. Como você vê essa divisão técnica dos passes?
Jacob Melo - Em princípio, preferimos as anotações de Kardec. Ele dividiu
didaticamente o passe em três níveis: espiritual, humano e misto. Uma profusão
de técnicas, sem o respaldo do Magnetismo, põe em dúvida algumas dessas
técnicas. Assim, reconhecemos a validade de uma distinção de técnicas em função
dos objetivos, desde que resguardados os cuidados pertinentes. A meu ver,
Edgard Armond não apresentou em suas obras as justificativas que se fariam
necessárias. Não digo que elas sejam desprovidas de valor prático, mas carecem
de uma base de sustentação teórica, em termos de Magnetismo, e prática, em termos
do que sugere Allan Kardec.
Só médiuns passistas podem aplicar o
passe? É necessária uma aptidão especial ou um "não médium" pode
aplicar também?
Jacob Melo - Em tese, qualquer pessoa pode aplicar passe. Tomando-se a divisão
de Kardec, em alguns casos são necessários algumas aptidões e predisposições.
No caso do Magnetismo ou passe humano, a pessoa deverá possuir disposição
natural ou induzida de doação magnética. Para o caso do passe espiritual, há
que se atender às necessidades morais. Portanto, não há necessidade de ser
obrigatoriamente médium, mas há a necessidade de disposição de doação fluídica
e de amor.
Qual é a necessidade de se aplicar
passe deitado, se a pessoa não está debilitada?
Jacob Melo - O uso de uma maca ou cama deve estar relacionado a algum fator,
seja esse fator de ordem de comodidade do passista ou de melhor conforto para o
paciente. Havemos de convir que, quanto mais confortáveis estejam ambos,
melhores condições terão para o sucesso da transmissão e recepção fluídica.
Entretanto, os passes podem ser aplicados com os pacientes em pé, deitados,
sentados, de frente, de costas etc.
Essa modalidade deve ser
rotineiramente aplicada nos Centros Espíritas, como temos visto inclusive na
sala de passe do Conbrade?
Jacob Melo - Não é necessário que esta prática seja rotineira, nem mesmo a
própria aplicação do passe. Este deve ser aplicado apenas e tão somente quando
é constatada a necessidade dele. Só que, se eliminarmos os passes das casas
espíritas, baseados nessa premissa, sem dúvida iremos cair num fator de
complicação muito sério. Como sempre, o bom senso indica a melhor medida, a
melhor ocasião e a melhor maneira.
Somos informados que os nossos
fulcros energéticos ou chakras, quando em estado normal, giram numa determinada
velocidade. Estando o corpo doente (em desequilíbrio), continuam os chakras com
a mesma velocidade?
Jacob Melo - Não. Nem com a mesma intensidade, nem com a mesma regularidade.
Daí a necessidade da ordenação dos campos vitais (chakras).
É certo afirmar que, ao aproximarmos
mais as mãos do paciente, estamos doando energia excitante e, ao afastarmos,
energia calmante?
Jacob Melo - Quase isso! Os passes próximos, em relação ao Magnetismo, tornam
os efeitos fluídicos com características ativantes ou excitantes. Quando aplicados
à distância do corpo do paciente, tornam-se calmantes. Portanto, não são
energias excitantes ou calmantes e sim a percepção e o efeito delas.
Com relação a uma pessoa refratária
ao passe de um médium - passe magnético, espiritual ou misto qual a conduta
mais adequada do passista nesse momento?
Jacob Melo - Imaginemos o passista portador de Magnetismo Humano. Com técnicas
dispersivas (movimentação rápida das mãos), ele atenua essas discrepâncias
fluídicas. O ideal, contudo, é o passista aprender técnicas para entrar em
"relação magnética" ou "contato magnético" com o paciente.
No caso do passista espiritual, há uma necessidade evidente de maior poder de
concentração e oração. Mesmo aí, as técnicas dispersivas também ajudam sobremaneira.
Quais os centros de forças e os plexos que mais atuam no passe? Até onde vai a importância deles no passe?
Quais os centros de forças e os plexos que mais atuam no passe? Até onde vai a importância deles no passe?
Jacob Melo - No caso do passista magnético, os centros vitais que mais
"usinam" fluidos são o gástrico, o esplênico e o laríngeo. Apesar
disso, os outros também atuam. A importância disso vai repercutir diretamente
na qualidade e no refinamento dos fluidos em usinagem. Por exemplo, o
entendimento do funcionamento desses centros vitais explicarão, sem quaisquer
misticismos, as implicações decorrentes da ingestão de alimentos, medicamentos,
drogas, uso e abuso do sexo etc. Nos pacientes, há a necessidade de se
verificar os mais desarmonizados para se propiciar um melhor atendimento.
No passe, a pessoa que aplica
obrigatoriamente tem que ser moralmente "superior" à pessoa que está
recebendo? O passista pode se prejudicar em alguma situação?
Jacob Melo - A questão "superior" é subjetiva por si mesma. No caso
do passe espiritual, há uma necessidade imperiosa de um equilíbrio moral e
espiritual por parte do passista. No caso do Magnetismo, a própria vida nos
demonstra que pessoas de moral duvidosa têm obtido resultados vulgarmente
qualificados de milagrosos. Quanto à questão de um passista sofrer prejuízos,
infelizmente pode, haja vista o número relativamente grande de passistas que
chegam a lamentáveis casos de fadiga fluídica. Isso tanto se deve a excessos de
doação magnética quanto à falta de técnicas e de desconhecimento sobre como se
defender com as próprias técnicas.
Já ouvimos falar de diversas técnicas
de passe, como passes transversais, rotatórios, perpendiculares, longitudinais.
Gostaria de saber o que difere nessas técnicas, ou são todas iguais?
Jacob Melo - Há diferença entre elas sim. Por exemplo, os transversais e
perpendiculares são, na sua maioria, dispersivos. Os rotatórios normalmente são
concentradores e os longitudinais tanto podem ser dispersivos, concentradores,
ativantes ou calmantes. Logo, há uma necessidade real de estudo para uma maior
segurança do uso das técnicas.
Continua.
Nenhum comentário:
Postar um comentário