Uma panorâmica dolorosa sobre
o que estão e estamos fazendo com a união entre o Espiritismo e o Magnetismo.
Por Jacob Melo (abril 2012)
Sabemos que as estatísticas
contabilizam um sempre crescente número de suicídios, e isso se dá de uma forma
assustadoramente anual e global.
Sabemos igualmente que está
passando a geométrico o crescimento da população submetida à mais inclemente de
todas as doenças: a depressão.
Também é sabido que a relação
entre esses dois assuntos é por demais estreita. Segundo a Mentalhelp (http://www.mentalhelp.com/suicidio.htm), 70% dos suicídios ocorrem
em decorrência de uma fase depressiva.
Considerando-se que a
Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que até o ano de 2020 teremos uma
média anual mundial de 1,5 milhões de suicídios, e considerando-se a relação
acima apresentada teremos, muito proximamente, uma estimativa de mais de um
milhão de depressivos cometendo o auto-extermínio. Convenhamos: um absurdo
digno de preocupar qualquer criatura e, com muito mais razão, qualquer pessoa
que se proponha a ajudar ao próximo, seja sob que princípio for.
Numa outra vertente do
problema, tanto o depressivo como o suicida são pessoas que se sentem sem
esperança, precisando muito mais do que um simples apoio, uma reprimenda, uma
crítica, indicações acima da capacidade de reflexão do doente ou ‘incentivos’
do tipo “se você quiser você sai dessa” – como se o depressivo quisesse estar
naquela situação.
A essas alturas é de se
perguntar: e o que tudo isso tem a ver com o atual momento espírita?
Absolutamente tudo! Pois que a
Doutrina Espírita tem em seu bojo todo um conjunto de excelentes ferramentas
para contribuir, positiva e decisivamente, na superação desses males, não
apenas trazendo esperanças renovadas como afugentando alguns dos entraves desse
mal.
De um lado, a luz que projeta
sobre o futuro, o fomento à fé tal como tão ricamente orientado em O Evangelho
Segundo o Espiritismo, a possibilidade de se interagir com o ‘além’ sem a
necessidade de se precipitar o desenlace carnal, e tantas outras qualidades
incomparáveis; de outro lado, os mecanismos oriundos do Magnetismo e das boas
reuniões mediúnicas, com as devidas evocações, quando necessárias, todas essas
possibilidades são elementos determinantes de trabalho e superação e que estão
reunidas numa só bandeira, num só ‘pacote’, numa só Doutrina.
Concordando-se com isso, surge
a inevitável pergunta: então, onde estão as soluções práticas?
O bojo teórico do Espiritismo
veio da observação prática, tanto da sua filosofia ampla como de seus menores
quadrantes, veio de uma prática científica por excelência. O Magnetismo, desde
os primórdios, foi seu conjunto indispensável e fundamental de ferramentas, o
qual sugeriu tantos caminhos, indicou inúmeras aberturas para novos horizontes,
deixou cadeiras preparadas para sua postulação e, bem vivido, possibilitou
tantas certezas, tantas vitórias.
A Ciência tradicional, quiçá
com receio de perder ‘clientes’ para uma ‘nova feitiçaria’, tratou de
bombardear o Magnetismo em todas as suas bases e comprovações, sem pejo ou
receio de até forjar e mentir em seus relatórios, tal como registra a história
de então. E ela venceu. O Magnetismo caiu. Triunfou a ciência dos interesses,
contra os interesses da verdadeira Ciência.
Apesar de doloroso é justo
concordarmos que eles foram hábeis e tinham seus motivos para essa luta
impiedosa; estes eram indisfarçadamente monetários.
O que não dá para compreender
nem aceitar, todavia, é que esse mesmo Magnetismo seja bombardeado e
aniquilado, desde há mais de 150 anos, por aqueles que deveriam nunca tê-lo
abandonado, nunca tê-lo traído, nunca tê-lo deixado ao léu... Não há razão que
justifique, não há lógica que racionalize, não há critério nem moral que
avalize tamanho disparate, tamanha agressão à obra de Allan Kardec e dos
Espíritos Superiores.
Quando se ouve hoje, de forma
aberta e cheia de empáfia, que o Magnetismo é coisa do passado e que o
Espiritismo não precisa dessa ciência nem de seus ‘defensores’, e quando se
apura os ouvidos para se reconhecer que o timbre desses vozeirões vem de
bramidos altaneiros dos que se limitam a fazer eco – sem saber de onde vem nem
para onde vai o que é dito –, ou provêm de líderes que mais parecem
claudicantes e reprovados alunos de matérias pretensamente superiores, caímos
na realidade que convida os estudiosos e os que querem ter olhos de ver a mais
e mais lutarem, a fortalecerem suas tenacidades e perseveranças, pois que não
será perdoável deixar que tantos se vão sem que se dê ao mundo a oportunidade
feliz de conhecer caminhos reais de superação e vitória do Bem e da Vida.
Foi com o Magnetismo que já
conseguimos, com muita segurança, viabilizar meios para se controlar, ajudar,
vencer e superar a depressão, reduzindo, assim, as possibilidades de suicídios
de tantos que já foram tratados por força dessa ciência aplicada à luz
espírita. E posso dizer com muita alegria: e isso foi conseguido apesar das
forças e resistências em contrário. Imaginemos aonde estaríamos se todos fôssem
a favor das descobertas que levaria a humanidade inteira a conquistas ainda
maiores!!!
Não, não defendo nenhuma
teoria nova, pois o Magnetismo é anterior ao Espiritismo e por tudo o que já
escrevi nesta série, bem como em meu livro Reavaliando Verdades Distorcidas,
bem como em uma outra infinidade de artigos e entrevistas, o “Espiritismo e o
Magnetismo são uma única e só Ciência” (palavras de Allan Kardec, em O Livro
dos Espíritos, 555). Tampouco me defendo como pessoa, pois isto nao viria ao
caso, mas fica incômodo se ouvir que existe Casa Espírita que, não querendo
sequer divulgar um curso sério de magnetismo e passes, se justifica dizendo
“Nossas Casas seguem as diretrizes federativas”. Será que existem mesmo essas
diretrizes? Estarão esses que decidem tais diretrizes tão cientes de suas
responsabilidades perante o que deveriam de fato e de direito fazer? Ou então
ouvir, após todo um conjunto de exposições que apresentam o vínculo
inquebrantável entre essas duas ciências e as razões lógicas e técnicas que
norteiam os modelos de como ‘de fato’ curar a depressão, que “nesta Casa
preferimos seguir Jesus”! Que Jesus, então, se estará buscando seguir? O Jesus
que deixa entregue à própria sorte aquele que vem buscar ajuda, apoio, auxílio,
na tentativa de vencer o mal e evitar o pior? Ou o Jesus que nos recomenda
“fazer ao outro aquilo que gostaríamos que nos fizessem”?
Achar que a Casa espírita não
está obrigada a prestar melhores serviços pelo simples fato de seus dirigentes
não quererem reconhecer os erros em que estão se metendo é o que Jesus chamou
de hipocrisia, por isso mesmo comparando os hipócritas a túmulos caiados,
brancos por fora e cheios de podridões por dentro.
Na verdade, muito teria para
escrever nesta série, mas não vale a pena. O tempo é curto, passa rápido e além
de tudo o que temos e devemos fazer – falo por mim mesmo –, as tarefas e os
compromissos só se ampliam, pois enquanto estamos tentando reconstruir, muitos
ainda seguem nos caminhos que levam à destruição insana, permitindo que os mais
necessitados vivam toda sorte de desespero.
Um amigo me fez refletir:
‘Jacob, melhor do que escrever sobre tudo isso é apresentares casos bem
solucionados ou técnicas que nos levem ao aprimoramento do que já sabemos’. Ele
está coberto de razão; e é o que tentarei fazer doravante, da melhor maneira
que posso.
Aos que dizem defender o
Espiritismo e seguem abalando suas estruturas e desarticulando suas bases, só
posso tentar ao menos imitar Jesus e dizer: “Pai, perdoa-os; eles não sabem o
que fazem!” Porque se souberem... Sei não!!!
Obrigado a todos os que leram
e refletiram comigo sobre o atual momento espírita.
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