GENTILEZA E
TERAPIA MAGNÉTICA
Adilson
Mota
Josinete
era uma mulher com algo em torno de 40 anos de idade que já há algum tempo
vinha sendo acometida por uns sentimentos de tristeza, às vezes chorava sem
motivos, sentia-se fragilizada e sem ânimo para muita coisa.
De outras
vezes batia um cansaço de tudo, da vida, da família, de si mesma; uma vontade
de sumir e se ver livre de todos os problemas.
Josinete
estava quase “entregando os pontos”.
Orientada
por uma amiga, a nossa personagem foi parar em um Centro Espírita. As primeiras
pessoas que ela encontrou, lhe receberam com um sorriso amável, conduzindo-a a
uma salinha onde foi atendida por uma senhora que a ouviu atentamente. Vez ou
outra a atendente lhe dizia algo, conduzindo a conversa de maneira produtiva e
esclarecedora. Ao final daquele diálogo, Josinete estava se sentindo mais
reconfortada.
Tinha
desabafado, chorado, falado sobre as suas dificuldades e, ao final, até recebeu
um abraço daquela senhora, ficando um pouco constrangida, pois não estava
acostumada a ser abraçada, muito menos por estranhos.
Iria
começar um tratamento magnético, termo que ela nunca tinha ouvido mas, segundo
lhe foi explicado, que funciona à base de fluidos, e que traria harmonia para o
seu campo energético.
Precisaria
ter disciplina para não faltar ao tratamento, esforçar-se por melhorar o padrão
dos seus pensamentos, desenvolver mais resignação com relação às dificuldades.
Os passes, com certeza a ajudariam no seu reequilíbrio.
Josinete
estava mais calma e sentia-se esperançosa. Aquele lugar parecia ter uma atmosfera
diferente. A simplicidade do ambiente, as palavras amenas que ouviu, o
acolhimento através de sorrisos, o tratamento fraterno entre as pessoas, tudo
isto lhe tocou e ela derramou algumas lágrimas. Só que estas lágrimas não eram
amargas pois, refletindo sobre os seus problemas, começava a acreditar que
sairia daquela situação.
Foi
conduzida ao local onde receberia os passes. Mais sorrisos que a deixavam mais
à vontade e confiante. O magnetizador designado para lhe aplicar o passe a
conduziu gentilmente até a maca e pediu-lhe que relaxasse, tivesse confiança.
Em rápidas palavras e numa voz suave, lhe colocou a par do que iria acontecer
no processo daquela magnetização. Terminada a aplicação, tocou-lhe gentilmente
no ombro, avisando-a de que o passe já havia terminado e ajudou-a a levantar-se
da maca, certificando-se de que a paciente estava bem e sem nenhuma sensação
desagradável.
Conduziu-a
até a saída transmitindo-lhe, ainda, palavras de bom ânimo e confiança.
Não é
difícil imaginar que Josinete se motivou a fazer o tratamento assiduamente e,
fazendo o esforço necessário para seguir as recomendações, em pouco tempo já
apresentava grandes sinais de melhoras.
Esta
história é fictícia mas poderia ser verdadeira, pois em muitas Casas Espíritas
encontraremos pessoas amáveis e fraternas, cujos sorrisos e abraços cativam a
quem chega.
Estar em
contato com o sofrimento humano faz parte da rotina de todo trabalhador
espírita ligado às atividades de auxílio ao próximo, mormente o magnetizador.
Portanto, dar boa noite, acolher com carinho aquele que se está à sua frente
para receber um passe, acalmar o paciente para deixá-lo mais confiante e
tranquilo, mais receptivo às energias magnéticas, são atitudes que têm tudo a
ver com o bom magnetizador. Estes gestos facilitam o trabalho pois ajudam a
gerar, desde o primeiro contato, uma relação fluídica entre ambos, ocasionando
resultados mais positivos no tratamento.
O carinho
demonstrado nas palavras, no olhar, no sorriso, são ações muito simples e que
não custam nada mas que podem fazer uma enorme diferença.
A gentileza
compreende um conjunto de atitudes que deve começar entre a própria equipe de trabalho,
eliminando os melindres, as fofocas e as competições, num clima de cooperação,
de fraternidade e de ajuda mútua.
Um bom
termômetro para medir o grau de união do grupo é quando alguém da equipe falta
ao trabalho sem avisar previamente. Os participantes perceberam a ausência do
companheiro? Alguém procurou saber o motivo da falta, se está tudo bem, se ele
está necessitando de alguma ajuda?
Alguém se
dispôs a prestar-lhe ajuda, a aplicar um passe, caso necessário?
Se nos
predispomos a tratar as outras pessoas, mais ainda devemos estar dispostos a
estender a mão àqueles que são mais chegados.
E quando
ouvimos, na instituição espírita, alguém dizer: “vocês tratam a gente tão
bem!”, sentimos em nosso íntimo uma satisfação maravilhosa ao sabermos que
estamos cumprindo bem com a nossa parte. Se ainda não sabemos ser caridosos na
ampla acepção da palavra, vale a pena, pelo menos, aprender a exercer a
gentileza para com todos os que nos cercam.
Jornal Vórtice
ANO II, n.º 09, fevereiro/2010
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