O perispírito
Já
destacamos o fato de que André Luiz utiliza o termo perispírito em um sentido estrito,
como sinônimo de corpo astral. No livro Entre a Terra e o Céu, ele o descreve como
sendo formado de matéria rarefeita, “intimamente regido por sete centros de força
que se conjugam nas ramificações dos plexos e que, vibrando em sintonia uns com
os outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estabelecem, para o nosso
uso, um veículo de células elétricas que podemos definir como sendo um campo
eletromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado”. Em regiões
destinadas à renovação espiritual, como a colônia Nosso Lar, o perispírito é o
veículo de manifestação para as atividades do espírito.
Segundo
André Luiz, o corpo espiritual é o “santuário vivo no qual a consciência
imortal prossegue em manifestação incessante além do sepulcro, formação sutil urdida
em recursos dinâmicos e extremamente porosa e plástica, em cuja tessitura as
células, em outra faixa vibratória, face ao sistema de permuta visceralmente
renovado, são distribuídas mais ou menos à feição das partículas colóides, com
a respectiva carga elétrica, comportando-se no espaço segundo a sua condição
específica e apresentando estados morfológicos conforme o campo mental a que se
ajusta”. Ele possui uma estrutura eletromagnética e se encontra algo modificado
em relação ao corpo físico, no que se refere a fenômenos genésicos e
nutritivos, sob a direção da mente que o rodeia. Quando o espírito reencarna,
desfaz dos elementos próprios do plano astral. André Luiz refere-se mesmo ao fenômeno
da “segunda morte” ou morte do perispírito, que ocorreria em três situações distintas:
quando os ignorantes e maus se pervertem adensando a mente e gravitando em
torno de paixões infelizes (formas “ovóides, verdadeiros fetos ou amebas
mentais”); quando se verificam as operações redutoras para renascimento na
carne; quando os espíritos enobrecidos conquistam os planos mais altos. Para
maiores informações sobre o assunto, consulte o livro Evolução em Dois Mundos.
Na segunda
hipótese, quando o Espírito reencarna obrigatoriamente, o processo de restrição
verifica-se em pavilhões de restringimento, sendo ele transformado em sêmen
espiritual, “Reduzido a um diminuto corpo ovalado, onde estão preservados os seus
centros de força”, “lembrando uma pastilha”. Segundo informação de Francisco
Cândido Xavier, os despojos são enterrados num cemitério (ibidem). Na terceira hipótese,
o Espírito, passando a viver em região superior, não pode levar instrumento
útil na inferior – “o tipo de veículo utilizável se modifica. Utiliza-se então
de outro corpo – o mental.
Corpo
Mental
Ao
descrever suas primeiras experiências no mundo espiritual, André Luiz permite
que se deduza a existência de um outro corpo ligado ao corpo astral. Quando sua
mãe o visitou, estando ele em tratamento no Ministério do Auxílio, necessário
foi lhe passar pelos Gabinetes Transformatórios do Ministério da Comunicação.
Por outro lado, como vivesse ela em zona superior, só pode visitá-la durante o
sono, e, para tanto, teve que aproveitar o ensejo do repouso após o serviço nas
Câmaras de Retificação, quando se desprendeu em outro corpo (mental), amparados
por espíritos amigos: “O sonho não era propriamente qual se verifica na Terra.
Eu sabia perfeitamente que deixara o veículo inferior no apartamento das
Câmaras de Retificação, na colônia espiritual Nosso Lar, e tinha a absoluta
consciência daquela movimentação em plano diverso”.
André Luiz
faz uma referência expressa ao corpo mental em Evolução em dois Mundos,
afirmando que o perispírito ou corpo espiritual “retrata a si o corpo mental
que lhe preside a formação”, isto é, “o envoltório sutil da mente”. Esclareceu
André Luiz que, na falta de terminologia adequada, ficava impossibilitado de
defini-lo com maior amplitude de conceituação, além da que tem sido utilizada
pelos pesquisadores.
Corpo
Causal
André Luiz
reporta-se ainda ao corpo causal, como sendo a “roupa imunda”, “tecida por
nossas mãos, nas experiências anteriores “. Assim sendo, verificamos que o
corpo causal é o ponto de registro, o banco divino, onde se encontram os nossos
“débitos” e os nossos “créditos”, e que se, presentemente, é ainda roupa
imunda. Isto ocorre por desídia nossa, pois a tarefa reencarnatória se destina
a “nos purificarmos pelo esforço da lavagem”, tarefa que, na maior parte das
vezes, não empreendemos. As explicações são do espírito Lísias, visitador dos
serviços de saúde: “Imagine, explica Lísias, que cada um de nós, renascemos no
planeta, somos portadores de um fato sujo, para lavar no tanque da vida humana.
Essa roupa é o corpo causal, tecido por nossas mãos nas experiências
anteriores”. Os hindus denominam-no Kâranakosha (corpo causal) ou
Anandamaykosha (corpo de bem-aventurança) , o corpo de luz, naturalmente porque
se reportam a ele devidamente depurado.
Essa
pluralidade de corpos invisíveis corresponde ao que sabemos a respeito através
de outra religiões e filosofias. A seqüencia de rarefação dos corpos torna-se
compreensível, se atentarmos para a adversidade de planos espirituais , bem
como para o fato de que as zonas espirituais devem ser formadas de distintas
matérias e os corpos devem ser compatíveis com elas. A questão que se coloca é
a de saber o motivo pelo qual André Luiz teria preferido utilizar o termo
perispírito para designar só um desses corpos, sem dar um sentido amplo para o
mesmo. Provavelmente, porque o que se designa por perispírito é exatamente o
corpo astral que se revela nos lances da clarividência, e por ser essa matéria
sutil com a qual o espírito se individualiza após a perda do corpo físico nas
zonas mais próximas à Terra. Qualquer que seja a preferência na utilização da
terminologia, é preciso estar atento para essa particularidade na leitura de
André Luiz, bem como deixar claro o significado do termo em qualquer exposição.
Ver a continuação dessa matéria aqui.: Correspondências (Entre os Corpos)
Ver a continuação dessa matéria aqui.: Correspondências (Entre os Corpos)
Um comentário:
Coleção Sem Mistério 05
Editora escala
Editor e Diretor de arte: Victor Rebelo
Jornalista: Érika Silveira e Elzio Ferreira de Souza
Postar um comentário