Ele é novidade, embora não seja. (Magnetismo)
Do que
estou falando? Do Magnetismo. E onde ele é novidade, embora não seja? No meio
espírita.
Isso é
deveras impressionante. Não por ser ou deixar de ser novidade, mas por não
termos
tido olhos
de ver o que Allan Kardec nos deixou.
O que hoje
chamamos de passes ele chamava de ação magnética; a hoje denominada água
fluida ou
fluidificada era por ele indicada como água magnetizada; passistas eram
magnetizadores
enquanto a mediunidade curadora foi reduzida à ação de frágeis médiuns
passistas…
E assim seguimos desnaturando e desconfigurando o que a base espírita tão
bem
estabeleceu.
Alguns
acham que tudo não passa de uma questão semântica, etimológica ou de
terminologia,
o que, convenhamos, é tentar minimizar danos. Senão vejamos o que temos
hoje, em
comparação ao que se verificava no tempo de Kardec, tomando por base apenas
um fator: o
tempo (e vou utilizar apenas este como ponderação, embora existam outros e
alguns até
com mais relevância ainda, mas que a eles me referirei noutros artigos):
Passe: um
passe, ensina a maioria das Casas Espíritas, não precisa ser demorado, via de
regra
chegando ao tempo máximo de 2 minutos; uma ação magnética real muito raramente
era
inferior a 30 minutos;
Água
fluidificada: a quase totalidade dos Centros Espíritas acredita que os
Espíritos a
fluidifiquem,
mas quando usam um passista nessa ocupação, no prazo de um ou dois
minutos
eles são(?) capazes de fluidificar uma centena ou mais de vasilhames, não
importando
a capacidade dos mesmos; para Kardec assim como para os Espíritos da
Codificação,
quem magnetiza a água é o magnetizador (LM- Cap. 8, item,131: “O Espírito
atuante é o
do magnetizador, quase sempre assistido por outro Espírito. Ele opera uma
transmutação
por meio do fluido magnético”) e este costumava demorar em torno de 15
minutos num
único vasilhame;
Passistas:
acreditando que são apenas “canais” da Espiritualidade, eles não precisam
demandar
tempo em suas ações, posto que os Espíritos fazem tudo (até porque é alegado
que não
somos nós quem fazemos e sim eles); já os magnetizadores, conscientes de sua
participação
ativa e concentrada nas atividades magnéticas, precisam de longa preparação
teórica e
prática, além de ‘manipularem’ os fluidos por bastante tempo em cada sessão
magnética.
Médiuns
passistas: além de Allan Kardec não ter criado esse neologismo, estes não
precisam de
tempo para iniciarem os passes, enquanto os magnetizadores costumavam
demandar um
tempo médio de 5 a 10 minutos só para estabelecer relação magnética com o
paciente
para, só então, iniciarem a ação magnética propriamente dita.
Além dessas ponderações, as dificuldades de se
buscar base e dados na obra do mestre
lionês,
tomando-se por referência os termos hoje em voga, torna o esforço quase
infrutífero,
pois as informações não batem. E quando nos lembramos que ele tinha trinta
e cinco
anos de experiência como magnetizador quando codificou o Espiritismo e,
portanto,
sabia do que falava e sugeria, fica muito esquisito pensar que ele tivesse
esquecido
de deixar lastro nesse caminho abençoado que é o do Magnetismo.
Mas mantenhamos
a esperança; ainda há tempo de abrirmos os olhos e percebermos
mais
claramente o que nossa curta visão tem-nos impedido de observar com mais
proveito.
Como anotou
Michaelus, no primeiro capítulo de sua notável obra ‘Magnetismo
Espiritual’,
publicada pela FEB: “Os homens opõem obstáculos ao descobrimento das
próprias
verdades indispensáveis ao seu progresso e à sua felicidade”. Que tal
andarmos
para frente?
Artigo
escrito por Jacob Melo, publicado na edição de Abril/2013 do jornal Correio
Espírita
do Rio de Janeiro.
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