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quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Ele é novidade, embora não seja. (Magnetismo)

Ele é novidade, embora não seja. (Magnetismo)


Do que estou falando? Do Magnetismo. E onde ele é novidade, embora não seja? No meio
espírita.

Isso é deveras impressionante. Não por ser ou deixar de ser novidade, mas por não termos
tido olhos de ver o que Allan Kardec nos deixou.

O que hoje chamamos de passes ele chamava de ação magnética; a hoje denominada água
fluida ou fluidificada era por ele indicada como água magnetizada; passistas eram
magnetizadores enquanto a mediunidade curadora foi reduzida à ação de frágeis médiuns
passistas… E assim seguimos desnaturando e desconfigurando o que a base espírita tão
bem estabeleceu.

Alguns acham que tudo não passa de uma questão semântica, etimológica ou de
terminologia, o que, convenhamos, é tentar minimizar danos. Senão vejamos o que temos
hoje, em comparação ao que se verificava no tempo de Kardec, tomando por base apenas
um fator: o tempo (e vou utilizar apenas este como ponderação, embora existam outros e
alguns até com mais relevância ainda, mas que a eles me referirei noutros artigos):

Passe: um passe, ensina a maioria das Casas Espíritas, não precisa ser demorado, via de
regra chegando ao tempo máximo de 2 minutos; uma ação magnética real muito raramente
era inferior a 30 minutos;

Água fluidificada: a quase totalidade dos Centros Espíritas acredita que os Espíritos a
fluidifiquem, mas quando usam um passista nessa ocupação, no prazo de um ou dois
minutos eles são(?) capazes de fluidificar uma centena ou mais de vasilhames, não
importando a capacidade dos mesmos; para Kardec assim como para os Espíritos da
Codificação, quem magnetiza a água é o magnetizador (LM- Cap. 8, item,131: “O Espírito
atuante é o do magnetizador, quase sempre assistido por outro Espírito. Ele opera uma
transmutação por meio do fluido magnético”) e este costumava demorar em torno de 15
minutos num único vasilhame;

Passistas: acreditando que são apenas “canais” da Espiritualidade, eles não precisam
demandar tempo em suas ações, posto que os Espíritos fazem tudo (até porque é alegado
que não somos nós quem fazemos e sim eles); já os magnetizadores, conscientes de sua
participação ativa e concentrada nas atividades magnéticas, precisam de longa preparação
teórica e prática, além de ‘manipularem’ os fluidos por bastante tempo em cada sessão
magnética.

Médiuns passistas: além de Allan Kardec não ter criado esse neologismo, estes não
precisam de tempo para iniciarem os passes, enquanto os magnetizadores costumavam
demandar um tempo médio de 5 a 10 minutos só para estabelecer relação magnética com o
paciente para, só então, iniciarem a ação magnética propriamente dita.


 Além dessas ponderações, as dificuldades de se buscar base e dados na obra do mestre
lionês, tomando-se por referência os termos hoje em voga, torna o esforço quase
infrutífero, pois as informações não batem. E quando nos lembramos que ele tinha trinta
e cinco anos de experiência como magnetizador quando codificou o Espiritismo e,
portanto, sabia do que falava e sugeria, fica muito esquisito pensar que ele tivesse
esquecido de deixar lastro nesse caminho abençoado que é o do Magnetismo.

Mas mantenhamos a esperança; ainda há tempo de abrirmos os olhos e percebermos
mais claramente o que nossa curta visão tem-nos impedido de observar com mais
proveito.

Como anotou Michaelus, no primeiro capítulo de sua notável obra ‘Magnetismo
Espiritual’, publicada pela FEB: “Os homens opõem obstáculos ao descobrimento das
próprias verdades indispensáveis ao seu progresso e à sua felicidade”. Que tal andarmos
para frente?
Artigo escrito por Jacob Melo, publicado na edição de Abril/2013 do jornal Correio Espírita

do Rio de Janeiro.

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